Após ter domínio banido, site neonazista encontra um lar na dark web

Felipe Ventura
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• Atualizado há 6 meses

Neste final de semana, a ativista Heather Heyer foi atropelada e morta enquanto protestava contra uma marcha em Charlottesville (EUA) que atraiu centenas de neonazistas. O Daily Stormer, “site republicano mais genocida do mundo”, defendeu a morte da manifestante em um artigo que se tornou viral.

Desde então, ele teve problemas em se manter no ar: seu domínio foi banido pela GoDaddy e pelo Google Domains por violar termos de serviço. Por isso, o site teve que migrar para um espaço onde ninguém poderá impedi-lo de defender a supremacia branca — a dark web.

O novo endereço do Daily Stormer foi compartilhado por diversos usuários no Twitter, e também por Andrew “weev” Auernheimer (banido do Twitter) no Gab.ai.

Para acessá-lo, é necessário usar a rede anônima Tor. Então, você poderá ler frases como “o CEO judeu do Facebook é um terrorista”, e “policial fodão mostra total apoio a atropelar obesos”.

O Tor não requer que você use um registrador de domínios para ter uma URL. Basta configurar um “serviço oculto” — como um servidor web que não revela seu endereço IP — e a rede vai gerar automaticamente um endereço da dark web, como duskgytldkxiuqc6.onion.

O Daily Stormer existe desde 2013, mas só foi banido do GoDaddy depois que o artigo sobre Heyer se tornou viral. O Facebook chegou a promover o link na seção “notícias” (!):

also if ur wondering how garbage like daily stormer is disseminated, that story has 65 THOUSAND shares on @facebook & is listed under news. pic.twitter.com/KykJOjPbq8

— susie (@banikarim) August 13, 2017

No entanto, a rede social passou a removê-lo automaticamente dos posts por violar seus padrões de comunidade. O site tentou migrar para o Google Domains, mas foi expulso por violar termos de serviço; seu canal do YouTube também foi removido.

O caso provocou um debate sobre o papel das empresas de tecnologia em lidar com extremistas. Alguns participantes da marcha em Charlottesville usaram o Airbnb para se hospedar na cidade; o CEO Brian Chesky diz em comunicado que neonazistas serão banidos do serviço, porque a supremacia branca “não deveria ter espaço neste mundo”.

Com informações: Motherboard, The Verge.

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Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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