Neste final de semana, a ativista Heather Heyer foi atropelada e morta enquanto protestava contra uma marcha em Charlottesville (EUA) que atraiu centenas de neonazistas. O Daily Stormer, “site republicano mais genocida do mundo”, defendeu a morte da manifestante em um artigo que se tornou viral.
Desde então, ele teve problemas em se manter no ar: seu domínio foi banido pela GoDaddy e pelo Google Domains por violar termos de serviço. Por isso, o site teve que migrar para um espaço onde ninguém poderá impedi-lo de defender a supremacia branca — a dark web.
O novo endereço do Daily Stormer foi compartilhado por diversos usuários no Twitter, e também por Andrew “weev” Auernheimer (banido do Twitter) no Gab.ai.
Para acessá-lo, é necessário usar a rede anônima Tor. Então, você poderá ler frases como “o CEO judeu do Facebook é um terrorista”, e “policial fodão mostra total apoio a atropelar obesos”.
O Tor não requer que você use um registrador de domínios para ter uma URL. Basta configurar um “serviço oculto” — como um servidor web que não revela seu endereço IP — e a rede vai gerar automaticamente um endereço da dark web, como duskgytldkxiuqc6.onion.
O Daily Stormer existe desde 2013, mas só foi banido do GoDaddy depois que o artigo sobre Heyer se tornou viral. O Facebook chegou a promover o link na seção “notícias” (!):
also if ur wondering how garbage like daily stormer is disseminated, that story has 65 THOUSAND shares on @facebook & is listed under news. pic.twitter.com/KykJOjPbq8
— susie (@banikarim) August 13, 2017
No entanto, a rede social passou a removê-lo automaticamente dos posts por violar seus padrões de comunidade. O site tentou migrar para o Google Domains, mas foi expulso por violar termos de serviço; seu canal do YouTube também foi removido.
O caso provocou um debate sobre o papel das empresas de tecnologia em lidar com extremistas. Alguns participantes da marcha em Charlottesville usaram o Airbnb para se hospedar na cidade; o CEO Brian Chesky diz em comunicado que neonazistas serão banidos do serviço, porque a supremacia branca “não deveria ter espaço neste mundo”.
Com informações: Motherboard, The Verge.