Domínio .internal pode virar opção para redes locais

Entidade responsável por domínios quer terminação exclusiva para acesso local. Atualmente, endereços não são padronizados e podem dar trabalho para DNS.

Giovanni Santa Rosa

A Icann, entidade responsável por administrar os domínios de internet, propôs que a terminação .internal seja reservada para redes locais, assim como acontece com o endereço de IP 192.168.x.x, por exemplo. Assim, ela nunca poderia ser usada globalmente, facilitando o trabalho dos servidores DNS.

O comitê da Icann responsável para segurança e estabilidade sugeriu o desenvolvimento de um domínio de topo para redes internas em 2020. A entidade avaliou que alguns fabricantes e operadores de redes privadas já usam nomes de domínio para endereços locais.

O problema é que isso não é padronizado. Sem um acordo de qual nome usar, a prática pode forçar servidores DNS, responsáveis por “traduzir” endereços em números de IP, a receber pedidos incorretamente, processá-los e rejeitá-los.

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Endereço 192.168.x.x geralmente é usado na hora de configurar um roteador. Domínio .internal teria função parecida. (Imagem: Lucas Braga / Tecnoblog)

A Icann avaliou 35 propostas para o nome do domínio de redes locais. No fim, o órgão ficou entre duas opções: .private e .internal. A primeira, porém, acabou rejeitada, já que dava uma ideia incorreta de privacidade. A proposta final é mesmo .internal.

O órgão abriu a ideia para debate, e depois disso, o conselho de diretores vai votar se o novo domínio será criado ou se outra medida será tomada. Vale dizer que, mesmo que o .internal vire realidade, não há nada que impeça as empresas de continuar usando ad hoc domínios de topo para redes locais. Ou seja, a bagunça pode continuar.

Internet vem ganhando vários novos domínios

O .internal não é o único novo domínio na internet. Recentemente, o Google Registry disponibilizou várias opções curiosas, como .meme, .ing, .new, .day, .dad e .boo. Canva e Adobe já registraram o draw.ing e o edit.ing, por exemplo.

Enquanto isso, algumas empresas recorrem a pequenos países na hora de criar seus sites. Um exemplo recente é de Anguilla. A pequena ilha no Caribe deve lucrar US$ 25 milhões por ano com seu domínio .ai, que desperta o interesse das companhias de inteligência artificial.

Com informações: The Register, PCWorld

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.