Trump critica Apple por não desbloquear iPhone de atirador
Em seu perfil no Twitter, o presidente dos EUA criticou a falta de ajuda da Apple em investigações
Em seu perfil no Twitter, o presidente dos EUA criticou a falta de ajuda da Apple em investigações
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi ao Twitter criticar a Apple sobre uma suposta falta de apoio em uma investigação. As autoridades americanas querem ajuda da empresa para desbloquear dois iPhones, mas afirmam que não foram atendidas.
O caso envolve dois celulares do atirador que deixou três pessoas mortas na base naval de Pensacola, na Flórida, em 6 de dezembro. Ele estava em treinamento como piloto da Força Aérea da Arábia Saudita e, após o atentado, morreu em uma troca dee tiros com dois agentes.
“Estamos ajudando a Apple todo o tempo no comércio e em tantos outros problemas e, ainda assim, eles se recusam a desbloquear os celulares usados por assassinos, traficantes de drogas e outros elementos criminosos violentos”, afirmou Trump, na terça-feira (14).
O tweet foi feito um dia após o procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, pedir o desbloqueio de um iPhone 5 e um iPhone 7 Plus usados pelo atirador. Barr criticou a falta de “ajuda substancial” da Apple, que já havia recebido o pedido feito pelo FBI uma semana antes.
Entre os comentários do procurador-geral e o tweet de Donald Trump, a Apple emitiu uma nota em que afirmou estar colaborando com as investigações. A empresa afirmou que, sem a senha, não consegue ter acesso aos dados armazenados nos aparelhos.
Ainda de acordo com a companhia, dados ligados a um dos celulares, como backups do iCloud, foram compartilhados com autoridades entre 7 e 14 de dezembro. Os pedidos teriam sido respondidos num intervalo de poucas horas.
A Apple também declarou que, apesar do crime ter ocorrido em dezembro, só foi informada sobre a existência de um segundo celular em 6 de janeiro. Em seu comunicado, a fabricantes voltou a se posicionar contra a criação de um backdoor para burlar o bloqueio do iPhone.
“Sempre mantivemos que não existe um backdoor só para os mocinhos. Os backdoors também podem ser explorados por aqueles que ameaçam nossa segurança nacional e a segurança de dados de nossos clientes”, afirmou a Apple, na segunda-feira (13).
Esta não é a primeira vez que os EUA pedem para a Apple desbloquear um celular. Em 2016, a empresa chegou a receber uma ordem judicial para compartilhar os dados armazenados no iPhone 5c do atirador que deixou 14 pessoas mortas e 22 feridas em San Brnardino, na Califórnia.
Na ocasião, a Apple se recusou a criar a brecha e publicou uma carta aberta para explicar sua decisão. Em meio à batalha judicial, o FBI encontrou outra solução e decidiu desbloquear o iPhone por conta própria.