Drone a serviço do crime
Bandidos usam robô para entregar cocaína em presídio brasileiro
Na próxima vez que você observar um drone se aproximando do seu prédio, saiba que pode não ser um mini-helicóptero como o que registrou imagens aéreas da Campus Party. Ou mesmo uma encomenda da Amazon. Pode ser um pacote de drogas sendo entregue pelo crime organizado de São Paulo.
A Folha do último domingo (9) trouxe uma curiosa nota informando que um drone despejou um pacote de cocaína no pátio do Centro de Detenção Provisória 1 (CDP) de São José dos Campos, no interior do estado. Os funcionários do presídio avistaram o drone sobrevoando a área com céu claro, por volta das 10h20. Em seguida, o robô deixou cair um pacote com 250 gramas de cocaína.
Assim que a droga caiu no chão, os presos correram para pegar o embrulho. Entretanto, os agentes penitenciários conseguiram apreender a droga, que foi enviada ao Instituto de Criminalística para perícia.
Como medida de segurança, todas as visitas a um dos pavilhões foi suspensa naquela sexta-feira (8).
Agora imagine: e se a moda pega? Pacotes de drogas sobrevoando nossas cabeças para chegar aos presídios. Também já consigo visualizar algumas áreas da cidade com delivery do produto.
Não duvido que algum congressista apareça, já nos próximos dias, com a ideia de banir o voo dos drones no país, tendo em vista o uso “maléfico” do equipamento. Uma coisa meio RoboCop, sabe? (Quem assistiu ao filme do José Padilha vai pescar a referência).
No ano passado, a imprensa canadense relatou um episódio similar em que um drone foi usado para a entrega de drogas a uma cadeia de Quebec. A presidente do escritório penitenciário, Stephane Lemaire, disse à época que não era um incidente isolado e que a situação se tornou “frustrante”. Em relação ao presídio de Hull, o ambiente é cercado por floresta. Além disso, ela ressaltou que o drone poderia ser controlado a mais de um quilômetro de distância.
Stephane fez um apelo para que o governo a ajudasse a ampliar a segurança nos presídios. Primeiro, ela pediu a instalação de redes metálicas que impeçam a chegada da droga (alguns presídios de São Paulo têm isso). Também solicitou que sejam instaladas espécies de bloqueadores do sinal de drone, similares a bloqueadores de celulares. Em ambos os casos, parte-se do mesmo princípio: interromper a troca de dados por meio de radiofrequência.
Drone a serviço da polícia
Ainda falta saber se a polícia brasileira também pretende empregar drones para proteger os presídios. Se os robôs conseguem sobrevoar a área, imagino eu que também seja possível programar quadricópteros para patrulhar o espaço aéreo dos centros de detenções. A série Almost Human, embora cheia de falhas, explora muito bem como a polícia pode usar a tecnologia no futuro.
Na semana passada, um jornal inglês revelou que uma empresa americana baseada no Texas está desenvolvendo um drone armado com um taser capaz de dar choques de 80 mil volts. Seria o suficiente para derrubar uma pessoa e deixá-la incapacitada, enquanto os guardas chegam ao local. Dá só uma olhada na demonstração do produto abaixo.