Empresas se unem à Linux Foundation para alternativa às carteiras da Apple e Google

Apoiada pela Linux Foundation, OpenWallet Foundation (OWF) vai estabelecer padrões de código aberto para "democratizar" carteiras digitais

Emerson Alecrim

Qual carteira digital você usa? Google Wallet? Apple Wallet? Nenhuma? Independentemente da resposta, saiba que novas opções estão a caminho. A parte mais interessante é que elas serão apoiadas indiretamente pela Linux Foundation. Como? Trata-se de uma nova iniciativa chamada OpenWallet Foundation (OWF).

Carteiras digitais (imagem ilustrativa: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Carteiras digitais (imagem ilustrativa: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A palavra “foundation” no nome deixa claro que o projeto reúne várias organizações. Além da própria Linux Foundation, entre elas estão Accenture, Okta, Avast e OpenID Foundation. Na liderança da OWF está Daniel Goldscheider, CEO e cofundador da fintech Yes.com.

Carteiras digitais estão ganhando espaço no mundo todo. Não só por agilizar a movimentação de dinheiro, mas também por facilitar o acesso a criptomoedas, em muitos casos.

Para completar, carteiras digitais podem atender a outros fins. Vide o exemplo da Apple Wallet, que pode guardar o certificado de vacinação contra COVID-19.

O problema é que a quantidade de carteiras digitais que se espalham pelo mundo pode trazer complicações para o usuário. Isso pode ser causado, por exemplo, pela falta de padronização técnica na comunicação entre elas.

É aí que a OpenWallet Foundation entra em cena.

Por que a OWF foi criada?

De acordo com a Linux Foundation, a OpenWallet Foundation tem um objetivo simples: “desenvolver software de código aberto para dar suporte à interoperabilidade entre uma ampla variedade de casos de uso de carteiras”.

É por isso que, no início do texto, escrevi “novas opções”. A OWF em si não pretende criar uma carteira digital própria. A entidades trabalhará com o intuito de estabelecer as melhores práticas e tecnologias para que organizações interessadas criem carteiras interoperáveis e seguras.

Quando a OWF fala em “casos de uso”, se refere aos vários recursos que podem ser incorporados às carteiras. Entre eles estão pagamentos, transferências, autenticação do usuário, transações com criptomoedas e notificações.

Isso significa que, se você estiver montando uma fintech, por exemplo, poderá usar a tecnologia da OWF como ponto de partida para a carteira do seu projeto. Como a iniciativa tem o código-aberto como base, adaptações serão possíveis. É de se presumir que contribuições para a iniciativa também.

Mas será que, com isso, não haverá um “boom” de carteiras digitais maior do que o atual? Isso pode acontecer. Mas, como a ideia é a de todas utilizarem a mesma base, os usuários deverão migrar ou realizar transações entre elas com alguma facilidade.

Daniel Goldscheider comenta:

Com a OpenWallet Foundation, buscamos por uma pluralidade de carteiras baseadas em um núcleo comum. Eu não poderia estar mais feliz com o apoio que a iniciativa já recebeu e o lar que encontrou na Linux Foundation.

Mais detalhes devem ser apresentados nesta quarta-feira (14), durante o evento Open Source Summit Europe.

Leia | O que é e como usar uma chave de segurança U2F/FIDO

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.