Linux Foundation cria plataforma para apoiar IA generativa de código aberto

Apoiada por companhias como Intel e Red Hat, Open Platform for Enterprise AI (OPEA) visa incentivar empresas a criar ferramentas de GenAI abertas

Emerson Alecrim

Open Platform for Enterprise AI (OPEA) é o nome da mais recente iniciativa da Linux Foundation. A plataforma foi criada para incentivar o desenvolvimento de ferramentas de inteligência artificial generativa (GenAI) por empresas, mas com um diferencial importante: todas elas devem ter código-fonte aberto.

A ideia foi anunciada nesta semana por meio da LF AI & Data, divisão da Linux Foundation direcionada justamente a projetos de inteligência artificial (IA) abertos.

Por que a OPEA foi criada?

A IA generativa gera conteúdo em texto, imagem, vídeo ou áudio a partir de instruções dadas pelo usuário. A forma de uso mais comum de ferramentas do tipo consiste na inserção de perguntas ou solicitações em um campo de texto (prompt). Mas esse não é o único meio. A GenAI também pode produzir resultados a partir de arquivos ou volumes de dados, por exemplo.

Usos mais avançados da IA generativa são particularmente interessantes para organizações. É aí que a criação da OPEA passa a fazer sentido. Por incentivar projetos de código aberto, a iniciativa pode democratizar o acesso a ferramentas de GenAI, independentemente do porte ou ramo de atuação da organização.

Não é só porque ferramentas de código aberto tendem a ser gratuitas. Mas também porque a OPEA quer contribuir para reduzir a falta de padronização nesse setor, como a própria Linux Foundation comenta:

Os avanços rápidos das tecnologias GenAI, no entanto, causaram uma fragmentação de ferramentas, técnicas e soluções. A OPEA pretende lidar com esse problema colaborando com a indústria para padronizar componentes, incluindo estruturas, projetos de arquitetura e soluções de referência que apresentem desempenho, interoperabilidade, confiabilidade e prontidão de nível empresarial.

Linux Foundation

A prioridade é o desenvolvimento

É de se presumir (ou de se esperar) que a OPEA também levante discussões éticas sobre o uso da inteligência artificial generativa. Há vários pontos que podem ser tratados nesse aspecto, como o uso adequado de dados de terceiros para treinamento das redes neurais das ferramentas de IA.

Linux
Linux (imagem ilustrativa: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Tome como exemplo a recente decisão da Adobe de pagar por filmagens para treinar a sua tecnologia de GenAI para vídeos. A medida parece correta, mas existe o questionamento sobre se os valores pagos são justos.

Mas essa discussão, se existir, provavelmente será algo para uma etapa futura. O foco da OPEA é tratar de aspectos técnicos. Como exemplo, a Linux Foundation comenta que a iniciativa deve incentivar trabalhos com Geração Aumentada de Recuperação (RAG), técnica que pode aumentar a precisão dos resultados da GenAI.

Os primeiros projetos

Os primeiros projetos da Open Platform for Enterprise AI estão no GitHub da OPEA, mas todos são ideias iniciais. Pudera, a entidade acabou de ser criada. Mas outros projetos devem surgir em breve, afinal, a OPEA é apoiada por várias organizações. Entre elas estão Intel, Red Hat, Cloudera, SAS e VMware.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.