Mudanças no feed fizeram usuários passarem menos tempo no Facebook
O relatório financeiro divulgado nesta semana mostra que o Facebook teve aumento de lucro em 2017. Por outro lado, o tempo que os usuários gastaram na rede social caiu: foram cerca de 50 milhões de horas por dia a menos durante o quarto trimestre do ano. Não há motivo para alarde, mas os números deixaram investidores preocupados.
Apesar dessa mudança de rumos, digamos assim, o Facebook obteve receita de US$ 12,97 bilhões no último trimestre, alta de 47% em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro líquido do ano foi de US$ 15,93 bilhões, aumento de 56% na comparação com os ganhos de 2016.
Em termos financeiros, 2017 superou as expectativas. Os investidores estão um tanto desconfiados é com o futuro: o menor tempo dos usuários na rede social durante o último trimestre pode ser um prenúncio do que vai acontecer em 2018, embora isso não represente o “início do fim” ou qualquer coisa mais dramática.
Mark Zuckerberg atribui o menor tempo de permanência às mudanças no feed de notícias que fizeram vídeos virais aparecerem menos. É um esforço para fazer o tempo dos usuários ser mais bem gasto, nas palavras do próprio Zuckerberg.
Apesar de 50 milhões de horas ser um número impressionante, essa estimativa corresponde a cerca de 2 minutos a menos de uso do Facebook por dia para cada usuário ou, de um ponto de vista geral, uma redução de 5% no tempo gasto diariamente na rede social.
Nos Estados Unidos e Canadá, o Facebook também viu o número de usuários ativos diários diminuir em 700 mil. Mas, para David Wehner, diretor financeiro do Facebook, esse é um declínio pontual e não deve representar uma tendência. A despeito da queda, a rede social tem 184 milhões de usuários ativos na região.
Globalmente, o Facebook terminou o último trimestre com 1,4 bilhão de usuários ativos diários, aumento de 14% na comparação com o mesmo período de 2016. A quantidade de usuários ativos mensais foi em estimada em 2,1 bilhões no final de 2017. Esse número era de 2 bilhões em julho.
Zuckerberg classificou 2017 como um ano difícil, em parte, pelos problemas de abuso na plataforma (notícias falsas, conflitos políticos e por aí vai). Mesmo assim, o serviço não deixou de crescer. Porém, há mais mudanças por vir. É isso o que tem deixado investidores apreensivos. As ações do Facebook chegaram a cair 5% logo após a divulgação dos resultados.
Só neste mês, o Facebook prometeu priorizar publicações de amigos e familiares no feed. No menor espaço que será dedicado às publicações de páginas, a rede social planeja exibir mais notícias locais. Essas medidas fazem parte da promessa de ano novo de Zuckerberg: consertar o Facebook.
Para o usuário, a reformulação pode mesmo ser interessante, mas qual o impacto disso nas receitas com anúncios, por exemplo? Dentro de alguns meses saberemos se os investidores têm mesmo motivos para se preocupar.
Com informações: TechCrunch.