Facebook revela como funciona a criptomoeda Libra para WhatsApp

Facebook diz que criptomoeda Libra evitará volatilidade do bitcoin e poderá ser usada no WhatsApp e Messenger em 2020

Felipe Ventura
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• Atualizado há 2 anos e 10 meses
Facebook Calibra

Depois de muitos rumores, o Facebook enfim revelou os principais detalhes sobre sua criptomoeda chamada Libra: ela terá lastro em moedas tradicionais, como dólar e iene, para evitar a volatilidade do bitcoin; poderá ser usada no WhatsApp, Messenger e em um app independente; e será gerenciada pela subsidiária Calibra com o apoio da Visa, Mastercard, Mercado Pago, Uber e Spotify.

O WhatsApp e o Messenger terão uma carteira digital de Libra em 2020, criada por uma nova subsidiária do Facebook chamada Calibra. A criptomoeda também poderá ser armazenada em um aplicativo independente. A ideia é oferecer serviços financeiros para os 1,7 bilhão de pessoas sem conta bancária no mundo, e para pequenas empresas que não conseguem acesso a crédito.

O funcionamento promete ser simples: você usa reais (ou outra moeda local) para comprar Libra, gasta a criptomoeda como quiser — fazendo compras ou realizando transferências — e converte de volta para reais.

“Com o tempo, também esperamos oferecer serviços adicionais para pessoas e empresas, como pagar contas apenas apertando um botão, comprar uma xícara de café escaneando um código, ou usar transporte público sem a necessidade de carregar dinheiro ou um cartão de transporte”, explica o Facebook.

Libra tem blockchain para até mil transações por segundo

Assim como o bitcoin, o Libra é baseado na tecnologia do blockchain: trata-se de um banco de dados público e autenticado que registra todas as movimentações da criptomoeda. O blockchain do Libra consegue aguentar até 1 mil TPS (transações por segundo), contra 1,7 mil TPS da rede da Visa e meros 4,7 TPS do bitcoin.

As transações do Libra não são reversíveis. Elas também não são totalmente gratuitas: cada uma delas custa uma fração de centavo para cobrir os custos de processamento, e para desestimular agentes maliciosos de criar milhões de transações (para ataques DDoS, por exemplo).

O valor do Libra é lastreado em moedas como o dólar americano, libra esterlina, euro, franco suíço e iene japonês. A Associação Libra — que inclui a Calibra e outras empresas — ainda não decidiu o valor inicial da criptomoeda, mas ele deve ficar próximo ao dólar ou euro para ficar mais fácil de entender. O lançamento está previsto para 2020; você pode receber atualizações se inscrevendo aqui.

Com informações: Facebook, TechCrunch.

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Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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