Febraban e Ministério da Justiça planejam frente contra crimes cibernéticos
Organizações decidem criar uma frente de cooperação para combater crimes digitais e fraudes; agentes federais terão treinamento em laboratório da Febraban
Organizações decidem criar uma frente de cooperação para combater crimes digitais e fraudes; agentes federais terão treinamento em laboratório da Febraban
A Febraban (Federação Nacional de Bancos) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) chegaram a discutir em reunião nesta sexta-feira (10) a criação de um plano para impedir o aumento de crimes cibernéticos no Brasil. Segundo um comunicado elaborado pela federação, a iniciativa deve se chamar Estratégia Nacional de Combate ao Crime Cibernético.
Para a criação do novo fórum, a Febraban e o MJSP se espelham na formação do da ECCLA — Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro. Criada em 2003, a ECCLA é uma inspiração porque vem apresentando resultados “exitosos”, segundo a federação bancária.
De acordo com dados da própria Febraban, em 2020, bancos e instituições financeiras investiram R$ 2,5 bilhões em cibersegurança. A associação destaca que as transações pelo celular representam metade das operações bancárias.
Contudo, parece que o incentivo que atraiu investimentos na área não impediu os criminosos virtuais: houve um aumento de crimes relacionados ao Pix — ferramenta de pagamento instantâneo do BC —, além de cada vez mais casos de ataques cibernéticos, como invasões de ransomware e ataques DDoS.
No encontro, o ministro da Justiça, Anderson Torres, disse:
“É um crime que incomoda muito a sociedade, causa prejuízos enormes ao cidadão. A gente precisa ampliar as capacitações e trazer uma mudança de cultura institucional para as Polícias de forma a avançar nas investigações, punir e responsabilizar os criminosos.”
A Estratégia Nacional de Combate ao Crime Cibernético visa ampliar a identificação dos suspeitos desse tipo de crime, assim como expandir o conhecimento técnico de forças-tarefa ligadas às investigações. A parceria entre o ministério e a Febraban serve ainda para aumentar a colaboração entre agentes públicos e privados.
Para atingir seu objetivo, o fórum teria de fomentar compartilhamento de dados relacionados a fraudes entre o MJSP e a Febraban. Também está previsto o treinamento de policiais e agentes das duas organizações em temas como cibersegurança e fraudes digitais — integrantes do MJSP irão usar o laboratório de cibersegurança da Febraban.
O fórum vai atuar para conscientizar a população sobre crimes digitais e os riscos de fraudes.
Isaac Sidney, presidente da Febraban, destacou que a associação de bancos está empenhada em combater crimes digitais, que cresceram durante a pandemia e causam medo em 81% dos brasileiros:
“Nós estamos dispostos a ajudar a prevenir e combater essa criminalidade moderna dos delitos cibernéticos e fraudes eletrônicas. No ano passado conseguimos evitar prejuízo aos correntistas na ordem de R$ 4 bilhões e a precisamos da conjugação de esforços com as forças policiais, Ministério e Banco Central.”
Com informações: Ministério da Justiça e Segurança Pública
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