Fibra óptica já representa dois terços da banda larga fixa no Brasil

Anatel aponta que Brasil tem 28 milhões de conexões via fibra óptica; número corresponde a 66% da banda larga fixa do país

Emerson Alecrim
• Atualizado há 1 ano e 2 meses

Para quem, como eu, é da época da conexão discada, o momento atual não poderia ser mais interessante. Um painel divulgado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) mostra que, no Brasil, dois terços (66%) das conexões de banda larga fixa são baseadas em fibra óptica. Essa proporção corresponde a quase 28 milhões de contratos.

Cabo de fibra óptica (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)
Cabo de fibra óptica (imagem ilustrativa: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Esse cenário é um efeito óbvio da modernização da infraestrutura de telecomunicações no país. Trata-se de um movimento cujo início beneficiou principalmente grandes centros urbanos, mas que foi (e continua sendo) expandido gradualmente para cidades pequenas e bairros periféricos.

O levantamento mais recente feito pela Anatel corresponde a junho de 2022. O painel mostra que, no período, a banda larga fixa no Brasil estava distribuída entre as seguintes tecnologias:

  • Fibra óptica: 66%
  • Cabo coaxial: 21,5%
  • Cabo metálico: 7,7%
  • Rádio: 4%
  • Satélite: 0,8%

A soma dessas tecnologias corresponde a 42,1 milhões de contratos de banda larga fixa. Se olharmos somente para a fibra óptica, são 27,8 milhões de conexões contratadas.

Vivo lidera em fibra óptica

Se considerarmos o panorama geral (que inclui todas as tecnologias), a Claro aparece como a operadora com a maior proporção de clientes em banda larga fixa: 23,2%. Isso é efeito do fato de a companhia dominar o segmento de cabo coaxial com 98,7% dos contratos.

Porém, destacando apenas a fibra óptica, a liderança é da Vivo. A Claro aparece em um distante quinto lugar:

  • Vivo: 18,2%
  • Oi: 14,4%
  • Brisanet: 3,5%
  • Algar: 2,7%
  • Claro: 2,6%

A TIM também aparece na lista, mas na nona posição, com 1,8% de participação.

Se você acessa a internet via fibra óptica, há boas chances de que o faça por meio de um provedor local, que tem atuação limitada a poucos bairros ou a cidades pequenas. Essas empresas estão enquadradas em “Outros” na lista da Anatel, com 44,8% de participação.

É notável o quanto operadoras de pequeno porte contribuem para a oferta de serviços de fibra óptica. Frequentemente, essas empresas atuam em áreas que atraem pouco interesse de grandes operadoras ou que estão no radar destas, mas dentro de um cronograma de expansão que pode levar meses ou até anos para ser concluído.

A transformação proporcionada pela fibra óptica é inquestionável. Com esse tipo de tecnologia, as conexões são mais estáveis e rápidas. Um relatório divulgado pela Ookla há um ano já mencionava a banda larga fixa como sendo 70% mais rápida no Brasil por conta da fibra óptica.

Provavelmente, essa porcentagem é maior nos dias atuais. Já é relativamente fácil encontrar planos com pelo menos 100 Mb/s (megabits por segundo). Por causa disso, assistir a vídeos em alta resolução via streaming ou jogar online com latências baixas, por exemplo, são atividades que já fazem parte da rotina de muitos brasileiros.

Sem contar que os preços também são cada vez mais atraentes. Tomando como exemplo o plano da Vivo que uso (moro na capital paulista), pago R$ 99 por 200 Mb/s de download e 100 Mb/s de upload. Em muitos lugares, o preço por megabit é ainda mais em conta.

Vivo Fibra - modem - Wi-Fi 2,4 GHz 5 GHz (Imagem: Bruno Gall De Blasi/Tecnoblog)
Modem Vivo Fibra (imagem: Bruno Gall De Blasi/Tecnoblog)

O 5G já bate à porta

A fibra óptica segue um bom ritmo de expansão pelo Brasil, mas nos lembremos que, no mercado móvel, o 5G começa a ganhar forma no país. A Claro ativou redes 5G de 3,5 GHz em Belo Horizonte (MG), João Pessoa (PB) e Porto Alegre (RS) no final de julho, para citar um exemplo recente.

Aliás, não foi só a Claro. Vivo e TIM também ativaram esse tipo de rede nas mencionadas capitais, na mesma época. O clima é de “agora vai”.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.