França aprova lei que proíbe uso de celulares nas escolas
Os estudantes não poderão usar celulares nem mesmo no intervalo das aulas e no horário de refeições
Os estudantes não poderão usar celulares nem mesmo no intervalo das aulas e no horário de refeições
O governo da França quer evitar que alunos do país usem aparelhos eletrônicos de forma excessiva. Pensando nisso, aprovou na segunda-feira (30) uma lei polêmica, que impede qualquer contato com smartphones e tablets dentro de escolas.
A partir de setembro, quando retornarem ao período de aulas, os alunos de até 15 anos deverão deixar os aparelhos em casa ou mantê-los desligados. No caso de estudantes do ensino médio, a decisão caberá às escolas, que podem proibir os aparelhos de forma parcial ou total.
Desde 2010, o país tem uma lei que impede aparelhos eletrônicos durante o período de aulas. Com a mudança, não será permitido usá-los nem mesmo no intervalo das aulas e no horário das refeições. A proibição mais ampla é uma promessa de campanha do presidente, Emmanuel Macron, que trata o assunto como uma questão de saúde pública.
Em entrevista à LCI News, o ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer, disse que os celulares são um avanço tecnológico, mas não podem “monopolizar nossas vidas”. Segundo ele, a proibição dos aparelhos nas escolas “manda um recado para a sociedade francesa”.
A lei permite que as escolas façam algumas exceções “pedagógicas”, quando os aparelhos contribuem com a realização de atividades extracurriculares e auxiliam os alunos com deficiências.
O texto foi aprovado principalmente por representantes do partido de Macron. Eles argumentam que o uso excessivo pode contribuir para a dependência dos aparelhos, a interrupção do sono e até mesmo o bullying.
Os partidos de oposição consideraram o projeto um “golpe publicitário” e abstiveram-se do voto. Alguns críticos também destacaram que as escolas terão dificuldades fiscalizar se os alunos estão ou não usando celulares e tablets.
A França tem tomado várias medidas para reduzir o uso de aparelhos eletrônicos. Neste ano, os motoristas foram alvo de uma proibição parecida. Eles não podem usar celulares mesmo quando estão parados no acostamento.
Antes, em 2017, o país aprovou uma lei com o objetivo de impedir que os trabalhadores continuem suas tarefas quando estão fora do horário de trabalho. Conhecido como “direito a desconectar”, o projeto exige que empresas e funcionários criem regras para garantir o tempo de descanso.