Google Glass Enterprise Edition 2 roda Android e tem processador Snapdragon XR1

Google Glass Enterprise Edition 2 traz câmera melhorada e porta USB-C; wearable foi homologado pela Anatel para uso no Brasil

Felipe Ventura
• Atualizado há 3 anos
Google Glass Enterprise Edition 2 oficial (Reprodução)

O Google enfim oficializou o Glass Enterprise Edition 2: trata-se de um dispositivo vestível pensado para empresas em diferentes ramos, como logística, manufatura e manutenção. Ele mantém basicamente o mesmo design de seus antecessores, mas traz um processador Qualcomm Snapdragon XR1, câmera melhorada, porta USB-C e sistema operacional Android. Este wearable foi homologado pela Anatel para uso no Brasil.

Segundo o Google, o Glass Enterprise Edition 2 oferece câmera com maior qualidade para realizar transmissões em vídeo: por exemplo, um funcionário consegue mostrar para um técnico o problema em uma máquina na fábrica. A bateria promete durar mais entre uma recarga e outra, feita através da porta USB-C.

O novo Glass foi desenvolvido com base na plataforma Qualcomm Snapdragon XR1, anunciada no ano passado. A sigla XR se refere à “realidade estendida” (eXtended Reality), termo genérico que engloba a realidade virtual, aumentada e mista.

Curiosamente, a Qualcomm não revela muitos detalhes sobre o XR1, como o número de núcleos. Ela diz que este sistema-em-um-chip é uma versão adaptada de um Snapdragon tradicional, sem componentes para smartphone como um modem 4G. Ele suporta diversas ferramentas de inteligência artificial, que o Google usa para “visão computacional e recursos avançados de aprendizado de máquina”.

A Qualcomm também diz que o XR1 atende os critérios mínimos para imersão, mas tem desempenho inferior ao Snapdragon 845. Um teste do Geekbench diz que o Glass Enterprise Edition 2 tem processador da série Snapdragon 710 com quatro núcleos de 1,21 GHz.

O dispositivo roda Android; segundo o Google, isso deve facilitar a integração de serviços e APIs, além da implementação em empresas — o departamento de TI seguirá um processo semelhante ao de smartphones.

Documentos da Anatel revelam mais sobre Google Glass

O Glass Enterprise Edition 2 foi homologado este ano pela Anatel. Os documentos mostram que ele possui um prisma na parte frontal que serve como tela, exibindo informações para seu olho direito. O touchpad na lateral permite interagir com o sistema; e um botão físico ativa a câmera para fotos ou vídeos. A conectividade é feita por Wi-Fi 802.11ac dual-band.

A haste se encaixa em óculos de proteção compatíveis; o Google fez uma parceria com a Smith Optics para criar esse tipo de acessório. Há também uma dobradiça para fechá-lo que ativa o modo suspenso, desligando a tela, o touchpad e o botão de câmera.

O Google cobra US$ 999 por cada unidade do Glass Enterprise Edition 2, segundo o The Verge, mas o preço pode variar dependendo da empresa e da quantidade adquirida. O dispositivo não é pensado para uso pessoal; esse conceito foi deixado de lado há alguns anos.

O Glass vinha sendo desenvolvido pelo X, laboratório de projetos mais experimentais (moonshots) que pertence à Alphabet. No entanto, a equipe está de volta ao Google, “a fim de atender às demandas do crescente mercado de wearables no local de trabalho e para dimensionar melhor nossos esforços empresariais”.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.