Guedes cogita privatizar Caixa Tem, banco digital que valeria R$ 100 bilhões
Ministro da Economia fala em fazer programa de transferência de renda com a venda do Caixa Tem, criado para pagar auxílio emergencial
O Caixa Tem foi criado logo após o início da pandemia de COVID-19 para viabilizar o pagamento do auxílio emergencial. Aos poucos, o serviço foi ganhando recursos. Agora, a ideia é privatizá-lo, segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes.
A declaração de Guedes foi feita em um evento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “A Caixa Econômica Federal tem hoje lá dentro um banco que vale uns R$ 100 bilhões”, disse o ministro. “Isso pode ser amanhã um grande programa de transferência de renda e riqueza para os brasileiros. Podemos privatizar e distribuir esses recursos.”
O Caixa Tem possui cerca de 100 milhões de usuários, dos quais 68 milhões para receberem benefícios sociais já disponíveis, segundo Guedes.
Não é a primeira vez que o assunto vem à tona. Ainda em dezembro de 2020, uma reportagem da Folha de S.Paulo trazia informações nesse mesmo sentido. Os planos da Caixa seriam criar uma estrutura e uma equipe próprias e abrir o capital do novo banco digital. Mesmo assim, a estatal continuaria como controladora. A projeção de valor de mercado era a mesma de agora: R$ 100 bilhões.
Em abril de 2021, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse haver planos de fazer o IPO do Caixa Tem tanto na bolsa brasileira B3 quanto na bolsa americana Nasdaq.
Caixa Tem poderia valer meio Nubank
A abertura do capital colocaria o banco digital para concorrer com outras empresas do mesmo segmento.
Para efeito de comparação, o Nubank estreou na NYSE, a Bolsa de Nova York, em dezembro de 2021 com US$ 41,5 milhões de valor de mercado. Em junho de 2021, a companhia comemorou o marco de 40 milhões de clientes.
Convertendo a projeção feita por Guedes, o Caixa Tem valeria cerca de US$ 19 bilhões, um pouco menos da metade do Nubank, apesar dos 100 milhões de clientes.
Em setembro de 2021, o Caixa Tem começou a oferecer pequenos empréstimos pessoais e para pequenos negócios, com valores de até R$ 1.000 e juros de 3,99% ao mês.