Estudo mostra que 95 milhões de usuários do Instagram são bots
Contas falsas no Instagram são usadas para inflar seguidores, aumentar alcance de publicações e espalhar fake news.
Contas falsas no Instagram são usadas para inflar seguidores, aumentar alcance de publicações e espalhar fake news.
Que contas falsas surgem aos montes no Instagram não é novidade. O que surpreende é o tamanho da “infestação”. A pedido do The Information, uma empresa italiana de análise chamada Ghost Data fez um estudo que conclui: atualmente, a rede social tem cerca de 95 milhões de perfis controlados por bots.
É um número assustador porque corresponde a 9,5% da base de contas ativas por mês no Instagram, estimada atualmente em 1 bilhão de perfis. Essa porcentagem indica que, apesar dos esforços do Facebook para combater o problema, a criação de contas falsas só aumenta: em 2015, um estudo também conduzido pela Ghost Data sugeriu que 7,9% dos 300 milhões de perfis ativos naquela época não eram legítimos.
Para conduzir a pesquisa, a Ghost Data contratou, em um serviço especializado, 20 mil bots e analisou o comportamento deles. O resultado dessa análise foi associado ao comportamento de 1 milhão de usuários para identificação de padrões.
Com base nisso, a empresa identificou contas muito populares no Instagram que tinham seguidores que correspondiam aos mesmos comportamentos dos bots. A partir daí, a Ghost Data chegou à estimativa de que há 95 milhões de contas falsas na rede social.
Um dos objetivos dos bots é alimentar o mercado de serviços que inflam o número de seguidores de usuários ou tentam aumentar o engajamento de postagens por meio de curtidas e comentários. Mas alguns analistas apontam que os bots no Instagram devem ser cada vez mais usados para disseminar notícias falsas, inclusive porque é mais difícil para os filtros da rede social rastrear textos inseridos em imagens.
Tão ou mais importante quanto identificar conteúdo irregular é encontrar bots. Nesse ponto, as redes sociais têm falhado. Andrea Stroppa, fundadora da Ghost Data, afirma que houve avanço nos últimos anos, mas que as companhias ainda não fazem o suficiente — nem mesmo bots pouco sofisticados, que são maioria e têm comportamento padronizado, estariam sendo detectados.
O Facebook se defendeu dizendo que leva muito a sério o problema do spam e que, nas suas estimativas, as contas falsas representam apenas uma pequena fração da base de usuários ativos do Instagram. No entanto, a companhia não informou se essas estimativas batem ou não com as da Ghost Data.
A situação é preocupante no Instagram, mas é consideravelmente pior no Facebook. Por lá, a companhia afirma ter eliminado 583 milhões de perfis falsos só no primeiro trimestre de 2018.
Mas isso não quer dizer, necessariamente, que o problema está sob controle: os pesquisadores afirmam que é difícil estimar a quantidade de bots no Facebook porque as ferramentas de privacidade da rede social impedem o rastreamento de contas, limitação que é muito menos expressiva no Instagram.
Com informações: Zero Hedge.