Processadores inspirados no cérebro humano não são novidade, mas ainda não se provaram mais eficientes do que os tradicionais CPUs e chips gráficos. A Intel quer mudar isso com um novo “chip neuromórfico” para inteligência artificial.
O processador se chama Intel Loihi, e imita a mecânica básica do cérebro usando 130 mil “neurônios de impulsos”: em vez de processar informações de forma binária, em zeros e uns, eles medem o nível dos sinais que recebem.
Além disso, os neurônios podem disparar sinais sempre que necessário, em vez de serem controlados por um clock central como em CPUs tradicionais.
Por isso, a Intel acredita que o Loihi “poderia ajudar computadores a se organizar sozinhos, e a tomar decisões com base em padrões e associações”, em áreas como automação industrial e robótica pessoal.
Chips neuromórficos consomem até 1.000 vezes menos energia que os processadores atuais, e permitem rodar redes neurais localmente, sem enviar dados pela internet — o que pode ser especialmente útil para carros autônomos e assistentes pessoais.
No entanto, como lembra o The Verge, chips neuromórficos estão em fase de pesquisa há décadas e ainda não mostraram resultados reais fora do laboratório. O cientista Steve Furber disse este ano à IEEE Spectrum: “atualmente, há muita hype sobre computação neuromórfica, mas atualmente não há demonstração convincente de uma aplicação de alto volume onde ela supere as alternativas”.
Resta ver se o Loihi conseguirá ir além do hype. Ele ainda é um protótipo, e a Intel planeja trabalhar com universidades e pesquisadores no ano que vem para continuar a desenvolvê-lo.