Intel compra máquinas mais modernas para retomar liderança em chips

Cada máquina encomendada pela Intel custa cerca de US$ 340 milhões e usa tecnologia EUV na fabricação de processadores

Emerson Alecrim
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Chip Core de 12ª geração (imagem: divulgação/Intel)

Em fevereiro, Pat Gelsinger completará um ano como CEO da Intel. Antes de assumir o cargo, o executivo já dizia que a companhia iria voltar a ser líder no setor de semicondutores. Esse objetivo continua valendo. Pelo menos é o que indica o mais recente anúncio da Intel: a aquisição de máquinas Twinscan EXE:5200 para fabricação de chips. Cada uma delas custa cerca de US$ 340 milhões.

Ao contrário de companhias como AMD, MediaTek e Qualcomm, que terceirizam a produção de seus chips para companhias como Samsung e TSMC, a Intel conta com fábricas próprias. Mas mantê-las requer uma modernização constante. Uma das razões para isso é o fato de ser cada vez mais difícil miniaturizar chips.

Essa dificuldade é perceptível no histórico de lançamentos da Intel. A companhia demorou anos para pular do processo de 14 para 10 nanômetros.

Chips cada vez mais miniaturizados

A Intel não quer que o mesmo problema ocorra com os chips de 7 nanômetros. O cronograma da companhia prevê a comercialização dos primeiros processadores do tipo já em 2023. Para 2024, são esperados os primeiros chips com processo de fabricação equivalente a 5 nanômetros.

É neste ponto que o recente anúncio ganha sentido. A serem produzidas pela ASML — parceira de longa data da Intel —, as futuras máquinas lidarão com a etapa de fotolitografia, a que permite que circuitos minúsculos sejam construídos sobre silício.

Para chegar a processos de fabricação muito miniaturizados, é necessário mudar de tecnologia. Samsung e TSMC seguiram por esse caminho adotando a técnica Extreme Ultraviolet (EUV), um tipo de litografia baseado em um comprimento de onda muito curto e que, portanto, é ideal para os novos padrões de chips.

Pat Gelsinger, CEO da Intel (imagem: divulgação/Intel)
Pat Gelsinger, CEO da Intel (imagem: divulgação/Intel)

Em clima de “antes tarde do que nunca”, a Intel também vai aderir a esse padrão. As máquinas Twinscan EXE:5200 trabalharão com a tecnologia High-NA EUV, da ASML. Além disso, cada unidade poderá produzir mais de 200 wafers por hora.

Martin van den Brink, presidente e CTO da ASML, explica também que, em comparação com os atuais sistemas EUV, a tecnologia de sua empresa “oferece melhorias litográficas contínuas com complexidade, custo, tempo de ciclo e energia reduzidos”.

Os detalhes do acordo entre Intel e ASML não foram revelados. Não se sabe, por exemplo, a quantidade de máquinas que foram adquiridas. Mesmo se fosse apenas uma unidade, o investimento não seria inexpressivo: como você já sabe, estima-se que cada máquina Twinscan EXE:5200 custe por volta de US$ 340 milhões.

O que ambas as empresas revelaram é que a produção de chips com a tecnologia High-NA EUV está prevista para começar em 2025.

As novas máquinas também devem ajudar a Intel a lidar com uma nova e ousada estratégia: a produção de chips para terceiros.

Com informações: CNET.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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