Intel quer produzir chips de até 1,4 nanômetro em 2029
Não vai ser fácil para a Intel: 1,4 nanômetro corresponderia a 12 átomos de silício
Não vai ser fácil para a Intel: 1,4 nanômetro corresponderia a 12 átomos de silício
Esta foi a semana escolhida para a realização da IEDM 2019, conferência que reúne nomes importantes da indústria de dispositivos eletrônicos. Embora a intenção não tenha sido exatamente esta, o evento acabou expondo os planos da Intel para os próximos dez anos. Entre eles está o de produzir chips de 1,4 nanômetro a partir de 2029.
Na verdade, o plano foi revelado pela ASML, companhia de origem holandesa que fornece tecnologia e equipamentos para produção de semicondutores. A Intel não só é uma grande cliente como também detém uma participação na empresa. Os dados revelados parecem ser confiáveis, portanto.
O principal deles é um slide que mostra a evolução da litografia da Intel no período entre 2019 e 2029. O gráfico sugere que a companhia irá trabalhar com 10 nanômetros entre 2019 e 2021 — de fato, a Intel lançou processadores com essa tecnologia neste ano: trata-se da família Intel Core de décima geração (Ice Lake).
Depois disso, a companhia irá se dedicar progressivamente a chips com 7, 5, 3 e 2 nanômetros até 2028. Em 2029, chegariam as unidades com 1,4 nanômetro.
Observando o slide, parece simples, mas não é. Cada mudança de litografia deverá ser baseada em um intervalo de dois ano a partir de 2021, mas isso só se a Intel lidar com toda a complexidade relacionada: quanto menor a quantidade de nanômetros, maior é o desafio para produção em larga escala, por exemplo.
É por isso que as datas informadas não devem ser tratadas como verdades absolutas. Basta a gente se lembrar que os primeiros chips da Intel com 10 nanômetros foram lançados em 2019, mas eles eram aguardados pelo menos desde 2016.
De todo modo, dá para esperar alguma consistência nos lançamentos da Intel a partir de 2021: com os processadores de 7 nanômetros e subsequentes, a companhia deve adotar o EUV, um tipo de litografia que usa um comprimento de onda muito curto e que, portanto, se mostra ideal para chips com elevado nível de miniaturização.
Agora, se a Intel conseguirá chegar a 1,4 nanômetro é outra história. Essa medida seria equivalente a 12 átomos de silício posicionados lado a lado. Há várias implicações possíveis em um grau tão avançado de miniaturização, como inconsistências na difusão de elétrons.
Vai ser interessante observar como a Intel desenvolverá essa tecnologia.
Com informações: AnandTech.
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