Intel lucra US$ 7 bilhões no 3º tri, mas escassez de chips deixa sua marca

Apesar de registrar lucro de US$ 7 bilhões no 3º trimestre de 2021, divisão de chips para PCs da Intel teve queda de receita

Emerson Alecrim
• Atualizado há 2 anos e 11 meses

A Intel divulgou, nesta quinta-feira (21), os seus resultados financeiros referentes ao terceiro trimestre de 2021. Embora os números apresentados não sejam nada ruins, o relatório pode ter deixado investidores com uma sensação de “faltou algo”. Isso porque alguns fatores pesaram para que os números não fossem mais interessantes.

Chips Core de 11ª geração (imagem: divulgação/Intel)
Chips Core de 11ª geração (imagem: divulgação/Intel)

A receita ajustada da companhia no período ficou em US$ 18,1 bilhões. O montante representa um aumento de 5% na comparação com o mesmo período de 2020, quando a arrecadação ficou em US$ 17,3 bilhões.

Para completar, a Intel viu o seu lucro por ação chegar a US$ 1,71, um feito interessantíssimo se levarmos em conta que os analistas previam um valor de US$ 1,11. Já o lucro líquido ficou em US$ 7 bilhões, alta de 54% em relação ao terceiro trimestre de 2020.

Esse resultado é efeito, em parte, do bom desempenho da Intel nos segmentos de soluções para internet da coisas e, principalmente, datacenters. No entanto, a sua principal divisão, a de computação para clientes (inclui o segmento de processadores para PCs), teve uma receita de US$ 9,7 bilhões, queda de 2% na comparação ano a ano.

A divisão de datacenters registrou uma arrecadação de US$ 6,5 bilhões, alta de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior. Porém, analistas esperavam que esse valor ficasse em pelo menos US$ 6,6 bilhões.

Escassez de chips atrapalhou

Esses dois fatores podem ter deixado alguns investidores frustrados, talvez não pelos números em si, mas por preocupações quanto ao futuro. A Intel explicou a razão de o seu desempenho não ter sido melhor: a escassez global de chips fez o volume de notebooks vendidos cair no terceiro trimestre.

À CNBC, o CEO da Intel, Pat Gelsinger, explicou que muitas vezes o fabricante pode ter a CPU (que é fornecida pela Intel, obviamente), mas se depara com a falta de um chip para Wi-Fi, por exemplo. Na prática, essa situação faz a oferta de computadores diminuir.

Mas o executivo tratou de demonstrar otimismo. Gelsinger lembrou que a Intel vem investindo em uma mudança de foco, que inclui abrir novas fábricas e atuação no mercado de fabricação de chips para terceiros. “Ainda estamos nos estágios iniciais dessa jornada, mas vejo uma enorme oportunidade pela frente”, completou.

Além disso, a Intel prevê uma receita ajustada de US$ 18,3 bilhões no quarto trimestre, contra uma estimativa de US$ 18,24 bilhões dos analistas.

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Emerson Alecrim

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Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.