Justiça determina que Netflix remova especial do Porta dos Fundos
Especial A Primeira Tentação de Cristo foi considerado ofensivo por grupos religiosos e conservadores
Especial A Primeira Tentação de Cristo foi considerado ofensivo por grupos religiosos e conservadores
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), por meio de decisão do desembargador Benedicto Abicair, da 6ª Câmara Cível, determinou que a Netflix suspenda a disponibilização do Especial de Natal: A Primeira Tentação de Cristo, sátira produzida pelo Porta dos Fundos.
A liminar atende a uma ação judicial aberta pela Associação Centro Dom Bosco de Fé e Cultura, que argumenta que “a honra e a dignidade de milhões de católicos foram gravemente vilipendiadas pelos réus”. O pedido havia sido negado em primeira instância, mas, em nova tratativa, foi acatado por Abicair.
Para o desembargador, “as consequências da divulgação e exibição da ‘produção artística’ (…) são mais passíveis de provocar danos mais graves e irreparáveis do que sua suspensão, até porque o Natal de 2019 já foi comemorado por todos”.
Ainda no entendimento do magistrado, essa é a decisão mais adequada e benéfica, “não só para a comunidade cristã, mas para a sociedade brasileira, majoritariamente cristã”.
O Especial de Natal Porta dos Fundos: A Primeira Tentação de Cristo estreou na Netflix no começo de dezembro de 2019 e, desde então, tem sido rechaçado por grupos religiosos e conservadores que consideram o especial humorístico ofensivo aos cristãos.
A argumentação do Centro Dom Bosco segue a mesma linha. Para a associação, a Netflix “agrediu a proteção à liberdade religiosa ao lançar e exibir o Especial de Natal Porta dos Fundos: A Primeira Tentação de Cristo, em que Jesus Cristo é retratado como um homossexual pueril, namorado de Lúcifer, Maria como uma adúltera desbocada e José como um idiota traído por Deus”.
A Netflix e o grupo Porta dos Fundos ainda não se manifestaram sobre a liminar.