Lojas da Oi somem após venda da telefonia móvel para Claro, TIM e Vivo

Mais de 70 lojas próprias da Oi foram fechadas desde 2021; clientes poderão ser atendidos de forma presencial nos Correios e C&A

Lucas Braga
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• Atualizado há 2 anos
Loja da Oi em shopping. Foto: Divulgação

Você provavelmente já sabe que a Oi Móvel foi vendida para Claro, TIM e Vivo, mas o negócio ainda não foi 100% concluído mesmo após o aval do Cade e Anatel. Em meio a reestruturação da companhia, a Oi aproveitou para fechar dezenas de lojas em todo o país. Isso dificulta o atendimento presencial aos clientes de celular, banda larga, telefone fixo e TV por assinatura.

Algumas lojas da Oi já começaram a ser fechadas ainda em 2021. Em novembro, a Federação Livre, que representa sindicatos de trabalhadores de telecom em sete estados, havia sido comunicada pela operadora sobre o fechamento de mais de 70 lojas em todo o país.

Para o cliente, a situação também não é boa: o site da Oi mostra que as lojas ainda existem, mas são poucas. A capital do Rio de Janeiro, por exemplo, possui dois estabelecimentos disponíveis, número muito baixo considerando que a empresa possui 1,1 milhão de linhas móveis no município. O portal revela que uma única loja foi mantida em Belo Horizonte, localizada na região de Venda Nova e muito distante do centro da cidade.

Lojas físicas de operadoras não servem apenas para vender produtos e possuem papel importante ao disponibilizar atendimento presencial. Existem algumas situações em que ir à um ponto de atendimento é simplesmente mais cômodo, fácil e menos burocrático, especialmente para troca de titularidade ou resgate de chip em caso de perda, roubo ou mau funcionamento.

Operadoras são obrigadas a manter atendimento físico

A Oi não pode simplesmente acabar com todas as lojas, mesmo após concluir a venda do braço de telefonia móvel para as concorrentes. A resolução 632/2014 da Anatel estabelece que as concessionárias de telefonia fixa e grandes prestadoras de telefonia móvel devem manter ao menos um ponto de atendimento presencial para cada 400 mil habitantes.

A norma da Anatel também estabelece que os funcionários desse tipo de estabelecimento tenham acesso aos sistemas da operadora, sendo vedado encaminhar os clientes para qualquer modalidade de atendimento remoto. As lojas precisam estar aptas a atender todos os serviços e modalidades prestadas pela empresa, e garantir atendimento ao consumidor no período máximo de 30 minutos.

Clientes da Oi serão atendidos nos Correios e C&A

O Tecnoblog enviou para a Oi os seguintes questionamentos:

  • como fica a situação de clientes Oi que precisam de atendimento presencial, como troca de chip após perda e roubo;
  • quantas lojas foram fechadas ao todo;
  • se a Oi pretende manter lojas físicas para vendas da Oi Fibra após a conclusão da venda da Oi Móvel;
  • quantos funcionários foram demitidos no total.

Em nota, a Oi não respondeu quantas lojas foram fechadas, mas afirmou que o encerramento das operações trouxe impacto para cerca de 1.500 funcionários. Apenas cerca de 130 desses profissionais foram realocados para outras atividades, como o time de vendas porta a porta.

A Oi também diz manter outras lojas funcionando em diversos pontos do país, e disponibiliza pontos de atendimentos nas agências dos Correios — e em breve nas lojas da C&A.

Você confere abaixo a nota completa enviada pela Oi.

Posicionamento da Oi sobre o fechamento de lojas

Conforme o plano de transformação de seu negócio que está em curso, a Oi vem redirecionando o foco estratégico de sua atuação para o oferecimento de soluções baseadas em fibra ótica e serviços digitais aos seus clientes. Como parte deste processo de transformação, a companhia segue realizando diversas ações de eficiência operacional, de modo a aprimorar a estrutura de custos do negócio e refletir o novo perfil da companhia, mais leve, ágil e digital.

Em linha com o novo perfil de atuação da Oi, esse movimento considerou também o encerramento das atividades de parte de lojas Oi nos últimos meses. A companhia ressalta que mantém várias outras em funcionamento em diversos pontos do país, com atuação que inclui venda e atendimento de seus serviços de fibra ótica, TV e telefonia fixa. A Oi já disponibiliza também novos pontos de atendimento presenciais em todos os estados, via parceiros como agências dos Correios e em breve lojas da rede C&A, para clientes que eventualmente necessitem de atendimento presencial. Os pontos de atendimento podem ser consultados no site. A companhia lembra ainda que tem investido continuamente na automação e na expansão de seus canais digitais (site, Minha Oi, Joice e Técnico Virtual), de forma a garantir a melhor experiência aos clientes, canais estes que vêm registrando um aumento exponencial no seu uso.

A Oi acrescenta que, após o fechamento destas lojas, cerca de 130 profissionais que atuavam nestes estabelecimentos foram realocados em outra atividade comercial da companhia, passando a reforçar o time que atua em vendas porta a porta. A redução de cerca de 1500 posições foi feita com acolhimento e respeito aos profissionais. Mantendo o compromisso de cuidar das pessoas, a companhia negociou com os sindicatos um pacote de benefícios extra legais adicionais às verbas rescisórias para os colaboradores desligados que inclui prorrogação de plano de saúde, odontológico e seguro de vida, além de uma parcela indenizatória atrelada ao tempo de casa. A Oi está disponibilizando também conteúdo educativo com foco em recolocação no mercado e criando um banco de talentos para que os ex-colaboradores interessados possam se cadastrar, além de ter firmado parceria com outras operadoras que terão acesso a esses currículos para avaliar possíveis contratações.

Conforme já divulgado em seu plano estratégico trianual (2022/2023/2024), a Oi reafirma que está concluindo uma das maiores transformações da história corporativa do país, com total foco na manutenção de suas operações e ciente do seu compromisso com a sociedade, clientes, profissionais e todos os participantes de seu ecossistema.
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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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