Lucro da Vivo cai 34,9% e operadora deve reduzir investimentos em 2023
Apesar de queda no lucro, receita líquida da Vivo cresce 9,1%; operadora teve aumento em clientes de telefonia móvel e internet por fibra óptica
Apesar de queda no lucro, receita líquida da Vivo cresce 9,1%; operadora teve aumento em clientes de telefonia móvel e internet por fibra óptica
A Telefônica Vivo divulgou os resultados financeiros do quarto trimestre de 2022. A companhia teve lucro de R$ 4,05 bilhões, queda de 34,9% em comparação ao ano anterior. A operadora teve crescimento com fibra óptica e no serviço móvel, mas projeta redução nos investimentos para o ano de 2023.
Confira abaixo os principais indicadores da Vivo para 2022 e a comparação com o ano anterior:
Indicador | 2022 | 2021 | Diferença |
---|---|---|---|
Lucro líquido | R$ 4,06 bilhões | R$ 6,23 bilhões | -34,9% |
Receita operacional líquida | R$ 48,04 bilhões | R$ 44,03 bilhões | +9,1% |
Capex (investimentos) | R$ 9,53 bilhões | R$ 8,68 bilhões | +9,7% |
Número de clientes (total de acessos) | 112,3 milhões | 98,7 milhões | +13,7% |
Considerando somente o quarto trimestre de 2022, a Vivo atingiu lucro líquido de R$ 1,12 bilhão, resultando na queda de 57,2% no comparativo anual. A receita operacional líquida cresceu 10,1% no período, atingindo a marca de R$ 12,66 bilhões.
Em relação à queda no lucro, a Vivo afirma ser um “comparativo difícil”, pois o balanço em 2022 foi impactado positivamente pela venda da FiBrasil, empresa neutra de fibra óptica com participação do fundo canadense CDPQ.
Além da Vivo, a TIM teve queda de 43,5% no lucro em 2022. A concorrente teve crescimento de 19,2% na receita líquida e aumentou a base de clientes móveis com plano pós-pago.
Ao longo de 2022, a Vivo investiu R$ 9,53 bilhões. A operadora projeta redução para o ano vigente, com gastos inferiores a R$ 9 bilhões.
Em fato relevante, a Telefônica Vivo afirma que o Capex será direcionado principalmente para reforçar a qualidade da rede móvel, ampliar a cobertura 5G, expandir domicílios conectados com fibra óptica e transformar sistemas.
O montante exclui eventuais investimentos em licenças e arrendamentos. A Vivo reitera que o valor é “estimado”, e pode sofrer alterações diante de mudanças no ambiente de negócio e macroeconômico.
O segmento de telefonia móvel é o carro-chefe da Vivo com receita de R$ 29,37 bilhões em 2022, alta de 12,6%. O desempenho foi positivo no segmento pós-pago, pré-pago e venda de aparelhos, mas é válido ressaltar lembrar que a operadora também incorporou usuários adquiridos da Oi Móvel.
Ao todo, a Vivo terminou o ano de 2022 com 97,9 milhões de linhas móveis. O pós-pago, que também inclui clientes com plano controle e M2M (Internet das Coisas), responde por 58,6 milhões de acessos. No pré-pago, a operadora possui 39,3 milhões de clientes.
Em 2022, a Vivo teve redução de 3,5% no gasto médio mensal por usuário (ARPU), que atingiu o valor de R$ 27,0. A participação no mercado de telefonia móvel saltou 5,9 pontos percentuais, alcançando a marca de 38,9%.
Em relação aos clientes oriundos da Oi Móvel, a Vivo afirma ter feito o processo de limpeza de base que resultou na desconexão de 3,4 milhões de linhas inativas. A tele investiu R$ 0,5 bilhão em 2022 para incorporar os ativos da Oi.
A Vivo possui cobertura celular em 5.017 municípios brasileiros, e a tecnologia 4G está disponível em 4.634 cidades. A operadora anunciou em fevereiro a expansão do 5G para 20 novas cidades, totalizando 47 municípios com sinal de quinta geração.
No negócio fixo, a Vivo teve receita líquida de R$ 14,97 bilhões, alta de 2,1% em relação ao ano anterior. Os números foram impulsionados pelo bom desempenho com serviços FTTx (fibra óptica pura e cobre da antiga GVT), que tiveram aumento de 11,5% no faturamento.
Uma parcela significativa do faturamento fixo da Vivo está atrelada a serviços legados, como telefonia fixa e banda larga por cobre. O segmento, chamado pela operadora de “não-core”, teve receita de R$ 3,89 bilhões, queda de 17,5%.
Ao longo de 2022, a Vivo expandiu a cobertura de fibra óptica para 3,7 milhões de domicílios e 82 novas cidades. Ao todo, a banda larga Vivo Fibra tem disponibilidade para 23,3 milhões de domicílios em 409 municípios.
A Vivo encerrou o ano com 5,48 milhões de clientes Vivo Fibra, alta de 19% no comparativo com 2021. A velocidade média do serviço é de 232 Mb/s, com tendência de alta para o próximo ano já que os novos planos para pessoas físicas iniciam em 300 Mb/s.
Outro destaque é que 70% das adições líquidas de fibra óptica no 4º trimestre de 2022 correspondem ao Vivo Total, combo com banda larga fixa e telefonia celular. Trata-se de um bom negócio para a operadora, visto que o combo impulsiona o crescimento da base móvel pós-paga.
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