Microsoft não quer mais saber de brincadeiras de primeiro de abril
Microsoft diz que tem mais a perder do que a ganhar com pegadinhas do dia da mentira
Microsoft diz que tem mais a perder do que a ganhar com pegadinhas do dia da mentira
Há quem goste, há quem abomine. Na dúvida, a Microsoft decidiu ficar de fora: em um memorando interno distribuído nesta semana, Chris Capossela, diretor de marketing, determinou que os funcionários da companhia não participem de nenhuma brincadeira de primeiro de abril, o dia da mentira.
Embora a “celebração” de primeiro de abril seja muito antiga, na internet, as pegadinhas do dia da mentira ganharam força com o Google, que pelo menos desde 2000 publica brincadeiras do tipo. Naquele ano, a então jovem companhia apresentou o MentalPlex, tecnologia que permitiria ao usuário fazer buscas na web usando a mente.
As mentiras de primeiro de abril do Google ficaram realmente populares em 2005, quando a companhia anunciou uma bebida fictícia chamada Google Gulp. A partir daí, as brincadeiras viraram uma tradição que foi seguida por outras empresas de tecnologia, incluindo a Microsoft (para desespero de jornalistas que só descobriam tardiamente que certos anúncios eram falsos).
Embora a Microsoft não tenha feito tantas brincadeiras quanto o Google, ela já teve os seus momentos. Em primeiro de abril de 2015, por exemplo, a companhia anunciou uma versão do MS-DOS para Windows Phone — o app está disponível até hoje na Microsoft Store, mas não é realmente funcional.
Para o primeiro de abril deste ano (próxima segunda-feira), vai ser diferente: no memorando obtido pelo The Verge, Capossela pede às equipes da Microsoft que não façam nenhuma brincadeira pública para o dia da mentira.
“Fico grato pelas pessoas que possam ter dedicado tempo e recursos para essas atividades, mas acredito que nós temos mais a perder do que a ganhar tentando ser engraçados neste dia”, diz o executivo em um trecho do comunicado.
Uma companhia rival serve de exemplo de pegadinha que pode dar errado: em 2016, o Google teve que pedir desculpas por conta de uma brincadeira no Gmail que mandava um GIF de Minion nas mensagens. Na ocasião, muita gente se confundiu e acabou usando o botão do GIF em e-mails sérios.
A repercussão sobre a proibição das brincadeiras tem sido interessante. Muita gente vê a decisão da Microsoft com bons olhos e espera que outras companhias sigam pelo mesmo caminho.
Também há quem desconfie que, na verdade, a Microsoft está blefando para preparar caminho para uma brincadeira grande. Não parece ser o caso. Capossela também observa que “essas pegadinhas têm impacto positivo limitado e podem resultar em ciclos de notícias indesejados”. É uma afirmação coerente demais para ser um blefe.