Microsoft quer vender direitos de cloud gaming da Activision para Ubisoft

Autoridades do Reino Unido bloquearam compra da Activision pela Microsoft por temer vantagem injusta no mercado de streaming de games

Giovanni Santa Rosa
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Xbox Series X + Series S
Xbox Series X + Series S (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A novela da compra da Activision Blizzard pela Microsoft está mais perto do fim. A empresa do Xbox reajustou os termos de sua proposta de aquisição para sanar as preocupações das autoridades do Reino Unido, que haviam impedido o negócio. Pelos novos termos, os direitos de cloud gaming dos jogos da Activision seriam vendidos à Ubisoft.

“Nós reestruturamos a transação para adquirir um conjunto mais restrito de direitos”, diz Brad Smith, presidente da Microsoft, em comunicado publicado no site da empresa.

Segundo Smith, a nova proposta transfere para a Ubisoft todos os direitos de streaming dos títulos atuais da Activision, bem como dos jogos lançados nos próximos 15 anos. Esses direitos serão da Ubisoft de maneira permanente.

Na prática, isso significa que a Microsoft não terá exclusividade dos jogos da Activision no Xbox Cloud Gaming — ela precisará licenciá-los junto à Ubisoft, como se a Activision não fosse sua.

A Ubisoft, por sua vez, poderá licenciar os jogos da Activision para outros serviços de cloud gaming.

A empresa já anunciou que incluirá estes títulos no Ubisoft Plus Multi Access, assinatura que dá direito a diversos games e está disponível para PC, Xbox, PlayStation e Amazon Luna.

Obviamente, a Ubisoft não vai levar de graça os direitos da Activision na nuvem. Segundo Smith, a empresa fará um pagamento único, com preço de atacado a valores de mercado.

Reino Unido vai analisar nova proposta da Microsoft

A mudança nos termos do acordo de compra da Activision Blizzard tenta resolver o imbróglio regulatório no Reino Unido. Esta pendência é a última barreira para sacramentar a aquisição.

A maioria das autoridades regulatórias do mundo mostrou preocupação com a exclusividade dos títulos da Activision. Se eles ficassem limitados ao Xbox, poderia haver alguma concentração de mercado.

Essas questões, no entanto, foram sanadas. De um lado, a Microsoft mostrou que está bem atrás de Nintendo e Sony no mercado de consoles. Do outro, ela fez acordos com as duas concorrentes para que elas tenham acesso aos jogos do estúdio.

No Reino Unido, a situação foi diferente. A Autoridade de Mercados e Concorrência (CMA) considerou que, ao comprar a Activision, a Microsoft se colocava em uma vantagem enorme no incipiente mercado de cloud gaming. Assim, ela bloqueou o acordo.

Ao abdicar das licenças dos games do estúdio, a Microsoft tenta mostrar que isso não será um problema. A CMA fará uma análise dos novos termos antes de decidir se libera ou não a compra.

Com informações: Microsoft, The Verge

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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