Microsoft e Activision: órgão europeu aprova fusão e exige licença de jogos

Semanas depois de recusa no Reino Unido, Microsoft recebe aprovação para finalizar compra da Activision Blizzard; aquisição custará US$ 68,7 bilhões

Felipe Freitas

Segunda pode ser um dia triste para alguns. Todavia, esta segunda-feira (15) traz um belo motivo de celebração para a Microsoft. A Comissão Europeia (CE) aprovou a compra da Activision Blizzard pela Microsoft — com ressalvas. O órgão não vê riscos para o mercado de consoles, mas defende que a Microsoft amplie o acesso aos jogos da Activision em serviços de cloud gaming.

As parcerias já anunciadas da Microsoft para ampliar o acesso aos jogos da Activision e do Xbox aos outros consoles e serviços de streaming não serão o bastante. A Comissão Europeia, apesar de entender que não há riscos da Microsoft prejudicar os consoles e serviços de cloud gaming concorrentes, vê que a empresa pode bloquear a distribuição de jogos na nuvem e fortalecer seu sistema operacional. Por isso, a dona do Xbox terá que seguir as exigências da CE.

No dia 2 de agosto, será a vez da Comissão Federal de Comércio (FTC) dos Estados Unidos dar o seu parecer sobre a aquisição.

Microsoft tem motivos para manter jogos na Sony

De acordo com a investigação da Comissão Europeia, a Microsoft tem “fortes incentivos” para continuar a distribuição de jogos para sua rival Sony. A preocupação com a compra da Activision Blizzard era que a empresa americana prejudicasse a sua concorrente.

Porém, a CE afirma que a liderança do console PlayStation no mundo incentiva a Microsoft a fornecer jogos para o console da Sony. Segundo o órgão, na Europa, existem quatro PlayStations para cada Xbox.

No caso do Call Of Duty, um dos principais jogos da Activision, a investigação final da Comissão Europeia concluiu que o jogo é menos popular na Europa quando comparado aos outros continentes. A CE afirma ainda que Call of Duty não é o jogo mais popular do seu gênero dentro da Europa.

Call of Duty: Vanguard (Imagem: Divulgação/Activision)
Investigação da Comissão Europeia apontou que Call of Duty não é o jogo mais popular do seu gênero na Europa (Imagem: Divulgação/Activision)

Comissão quer medidas para garantir acesso aos jogos

Se na rivalidade com a Sony a Comissão Europeia não vê problemas da Microsoft comprar a Activision, o cenário é diferente no cloud gaming. A CE reconhece que, sozinha, a Activision não teria condições de ampliar o acesso aos seus jogos nos serviços de streaming de games.

Por isso, a Comissão aprovou a proposta da Microsoft para manter uma competição justa com serviços de cloud gaming baseados na Europa. A empresa americana licenciará por 10 anos todos os jogos atuais e próximos lançamentos da Activison Blizzard para os serviços de streaming de jogos na Europa.

Outra parte da proposta é permitir que quem comprou jogos da Activision poderá acessar os títulos em qualquer serviço de cloud gaming. As duas propostas são válidas para games disponíveis em PCs e consoles.

GeForce Now (Imagem: Divulgação/Nvidia)
Parceria da Microsoft e Nvidia é um dos exemplos de medida para evitar concorrência desleal (Imagem: Divulgação/Nvidia)

Desse modo, usuários que possuem jogos da Activision ou tem acesso aos títulos da empresa via nuvem continuarão livres para jogar. Para a Comissão Europeia, as medidas da Microsoft atendem as suas preocupações relacionadas a concorrência desleal, incluindo o risco de monopólio do Windows.

O órgão também ouviu as empresas de cloud gaming para avaliar a proposta da Microsoft. Essas empresas passaram um feedback positivo e demonstraram interesse nas licenças. A CE também lembrou que algumas empresas já têm contratos bilaterais com a Microsoft.

Com informações: The Verge

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Felipe Freitas

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Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.