MP pede que YouTube remova vídeos com propaganda disfarçada para crianças
MP-SP abre ação civil pública para Google remover vídeos de youtubers mirins com propaganda velada para crianças
MP-SP abre ação civil pública para Google remover vídeos de youtubers mirins com propaganda velada para crianças
O MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) quer que o Google remova vídeos do YouTube com propaganda infantil disfarçada. Alguns youtubers mirins não deixam claro quando fazem conteúdo patrocinado de bonecas e outros produtos para crianças. A ação civil pública menciona táticas publicitárias para brinquedos da Mattel e Candide.
A ação começou após uma denúncia do Instituto Alana para defesa da infância. A youtuber mirim Júlia Silva fez uma campanha relacionada à franquia Monster High, da Mattel, ao longo de doze vídeos em 2016. As seguidoras do canal tinham que cumprir uma série de desafios — vestir-se como os personagens e criar uma coreografia, por exemplo.
As vencedoras iriam se encontrar com a youtuber e ganhar bonecas de Monster High. No entanto, o canal — agora com 4 milhões de inscritos e quase 1 bilhão de visualizações — não deixava claro que isso era uma campanha publicitária. Os vídeos não estão mais disponíveis.
O caso motivou o MP-SP a abrir um inquérito civil para investigar o “uso de estratégias abusivas de comunicação mercadológica dirigida ao público infantil”.
A Promotoria pede que diversos outros vídeos sejam retirados do ar, envolvendo os canais Duda MH, Felipe Calixto, Gabriela Saraivah, Manoela Antelo, Marina Bombonato e Vida de Amy. A ação menciona vídeos em que os youtubers mirins abrem a embalagem de bonecas LOL, vendidas pela Candide.
Além disso, o MP quer que o Google proíba a monetização de vídeos que violam direitos infantis. A ação alega que o YouTube deixa “diversas crianças e adolescentes expostas a estratégias abusivas de venda ao não adequar suas políticas de uso”.
O promotor Eduardo Dias notificou as companhias envolvidas para que elas deixem de fazer propaganda velada. “Diversas empresas, aproveitando-se da hipervulnerabilidade tanto da criança youtuber como da criança espectadora, passaram a enviar seus produtos a esses influenciadores digitais para que eles os desembrulhassem e apresentassem como verdadeiros promotores de vendas”, diz a ação.
Mattel e Candide não se pronunciaram; o Google diz que não comenta casos específicos.