Netflix cobra até R$ 16 de quem divide senha na América Latina
Em teste realizado em alguns países, usuários que acessarem a Netflix fora de casa por mais de duas semanas serão "convidados" a adicionar endereço extra e pagar por isso
Em teste realizado em alguns países, usuários que acessarem a Netflix fora de casa por mais de duas semanas serão "convidados" a adicionar endereço extra e pagar por isso
Quando anunciou que havia perdido 200 mil assinantes, a Netflix disse que um dos motivos era o compartilhamento de senhas entre diferentes casas. A empresa está se mexendo para coibir essa prática — ou pelo menos lucrar com ela. Em alguns países da América Latina, usuários terão que pagar a mais para “adicionar uma casa”. O preço fica entre R$ 9 e R$ 16.
A taxa extra começou a ser testada na Argentina, El Salvador, Guatemala, Honduras e República Dominicana. Nestes países, quando o usuário acessar a Netflix por mais de duas semanas de um endereço diferente, ele será “convidado” a pagar para “adicionar uma casa”.
Na Argentina, o preço é 219 pesos (cerca de R$ 9). Nos demais locais, US$ 2,99 (cerca de R$ 16).
No plano Básico, os usuários podem acrescentar uma casa extra; no Padrão, duas; e no Premium, três.
As casas extras não mudam a quantidade de telas simultâneas de cada plano: uma no Básico, duas no Padrão e quatro no Premium.
Ou seja: se você tiver o plano Básico e pagar por uma casa extra, ainda assim as duas não poderão assistir à programação ao mesmo tempo.
Segundo a empresa, dados de localização ou GPS não são usados. Em vez disso, o sistema será baseado em informações do dispositivo, endereço IP e atividade da conta.
O limite de duas semanas serve para permitir que os clientes possam usar suas contas durante viagens.
A Netflix não é o único serviço a exigir que assinantes morem em um mesmo endereço para usar um plano coletivo. O Spotify, por exemplo, também faz isso.
No setor de vídeo, porém, essa abordagem não é tão comum. O HBO Max permite até três telas simultâneas no plano Multitelas, que custa R$ 27,90 mensais — só R$ 2 a mais que o plano Básico da Netflix. Já no Disney+, quatro aparelhos podem fazer streaming ao mesmo tempo, e a assinatura também custa R$ 27,90.
Não é a primeira vez que a companhia tenta cobrar a mais de quem empresta sua senha para os amigos. Em um teste feito no Chile, Costa Rica e Peru, o serviço adicionou taxas de US$ 2 a US$ 3 (R$ 11 a R$ 16) para criar “sub-contas” para outros usuários.
O compartilhamento de contas foi apontado pela Netflix como um dos vilões para seus resultados financeiros decepcionantes no primeiro trimestre de 2022.
Segundo a companhia, mas de 100 milhões de lares usam o streaming com senhas de outras pessoas, sem pagar por isso.
Pela primeira vez em uma década, o número de assinantes diminuiu: foram 200 mil a menos. Para o período encerrado em junho de 2022, a expectativa é de outra queda: 2 milhões.
Outra solução a ser testada pela empresa é um plano mais barato, mas com propagandas. A Microsoft foi anunciada como parceira de mídia deste projeto.
Enquanto isso, a Netflix se mexe para conter gastos. Entre maio e junho, cerca de 450 funcionários foram desligados em duas rodadas de demissões em massa.
Com informações: Bloomberg, The Verge, TechCrunch.
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