Netflix e Hollywood listam sites de piratarias que são ameaça para os EUA

Associação formada por estúdios de cinema de Hollywood e a Netflix aponta impacto da pirataria na economia americana

Felipe Freitas
Por
The Pirate Bay

A Motion Picture Association (MPA) divulgou a lista atualizada de sites de pirataria que representam uma ameaça para os Estados Unidos. Produzida periodicamente, o documento aponta canais que prejudicam economicamente a indústria cinematográfica do país, não relatando possíveis riscos de cibersegurança.

A nova lista traz sites de download de torrents conhecidos do público, como o Pirate Bay e RARBG, sites ilegais de streaming, serviços de hospedagem, empresas e o Telegram — além de outros tipos de serviços de pirataria.

Pirataria ameaça empregos nos Estados Unidos

No relatório completo, a MPA estima que os serviços piratas de streaming tiveram 137,2 bilhões de acessos em 2020. Segundo a associação, US$ 29,2 bilhões deixam de ser arrecadados pelo fisco americano devido à violação de direitos autorais de filmes e séries. A MPA também calcula que entre 230.000 e 560.000 empregos foram perdidos nos Estados Unidos por causa da pirataria.

No documento, a MPA faz um apelo para todos os integrantes do ecossistema da internet. “Todos os stakeholders do ecossistema da internet — incluindo provedores de hospedagem, DNS, serviços em nuvem, companhias de ads, processadores de pagamento, redes sociais e buscadores — devem buscar ativamente reduzir o suporte para notórios sites infratores”, diz a associação no relatório.

A MPA critica abertamente a Cloudflare, empresa do ramo de hospedagem de sites e serviços em nuvem, por ter como cliente o The Pirate Bay e o site ilegal de streaming cuevana3. De acordo com a associação, a empresa não tomou nenhuma ação sobre as denúncias apresentadas contra os sites de pirataria.

Apesar da indignação, a MPA não listou a Cloudflare como ameaça para os Estados Unidos — somente empresas de fora do país integram o documento. O serviço de apostas 1XBet, sistema de pagamentos VoguePay e registradoras de domínios internacionais populares em sites piratas, como .CH, .RU e .IO, foram listadas como ameaças aos Estados Unidos na seção “Empresas”.

A 1XBet, ex-parceira dos times de futebol Chelsea e Liverpool, integra a lista por ser uma grande anunciante de Ads em serviços de pirataria. Indiretamente, a misteriosa empresa russa financia a prática criminosa de diversos serviços sites. Já os sites de hospedagens são citados pela MPA como companhias que poderiam “fazer mais” contra a pirataria.

Uberização da pirataria

A MPA também listou empresas que facilitam a criação de sites piratas. Batizados de PaaS (“Piracy as a Service”, Pirataria como Serviço em tradução direta), esses serviços, oferecidos por empresas como a Collaps.org e XFileSharing, fornecem ferramentas para que interessados criem seus próprios sites piratas de streaming ou de download de conteúdos — uma “uberização” da pirataria.

A MPA declara que os PaaS se tornaram, nos últimos tempos, uma grande preocupação e estão no topo da prioridade de esforços antipirataria.

Telegram
Telegram (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Telegram facilita a pirataria

Além dos recorrentes sites de torrent e serviços de IPTV, a lista da MPA traz o Telegram como uma das ameaças para os Estados Unidos. O app de mensagens facilita o acesso a conteúdo pirateado ao permitir a criação de canais sem limite de membros e compartilhamento de arquivos grandes.

Com informações: TorrentFreak

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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