Netflix testa incentivos para que crianças fiquem mais tempo vendo séries

Paulo Higa
• Atualizado há 7 meses

Eis um experimento polêmico da Netflix: a empresa começou a testar um recurso para incentivar que as crianças gastem mais tempo assistindo aos conteúdos do serviço de streaming. Os patches, como são chamados, consistem de itens colecionáveis que são liberados quando determinadas séries são vistas.

Algumas séries, como Trolls: O ritmo continua! e Desventuras em Série, passaram a exibir um cadeado no canto de suas prévias. Quanto mais episódios você assiste, mais patches desbloqueia: são 6 itens colecionáveis no primeiro e 8 no segundo, por exemplo.

E que conteúdo adicional você ganha por desbloquear o item? Na verdade, nenhum: o conteúdo é o próprio patch. Isso parece algo inofensivo, mas fica complicado quando crianças entram na equação. O Facebook, por exemplo, sofreu fortes pressões por ter lançado o Messenger Kids: grupos defendiam que o aplicativo podia causar transtornos às crianças por aumentar o tempo que elas gastam nos meios digitais.

A Netflix confirma que testa “um novo recurso em determinados títulos voltados ao público infantil que introduz itens colecionáveis para uma experiência mais interativa, adicionando um elemento de diversão e proporcionando às crianças algo para conversar e compartilhar sobre os títulos que eles amam”, ressaltando que a funcionalidade “pode ou não” se tornar padrão no futuro.

Tirar as crianças da frente da TV (e das telas em geral) é um assunto discutido há muito tempo, então dá para dizer que existe uma boa possibilidade de que os patches da Netflix não sejam lançados oficialmente.

Com informações: Variety.

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Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.