A neutralidade de rede morreu nos EUA (e está em risco no Brasil)
Princípio impede que sua operadora de internet limite ou bloqueie determinados sites em favor de outros
Princípio impede que sua operadora de internet limite ou bloqueie determinados sites em favor de outros
A neutralidade de rede impede que seu provedor restrinja a velocidade de um conteúdo na internet em favor de outro, ou dê tratamento especial para seus próprios serviços. No Brasil, ela é regulamentada pelo Marco Civil da Internet, mas as operadoras aguardavam uma decisão da FCC (Comissão Federal de Comunicações), entidade americana equivalente à Anatel, para pressionar uma mudança na lei.
Isso aconteceu na tarde desta quinta-feira (14). Por 3 votos a 2, a FCC aprovou mudanças para eliminar as regras que garantiam a neutralidade de rede. Na prática, isso significa que as operadoras americanas estão livres para bloquear ou limitar determinados sites para priorizar seus próprios serviços de música, vídeos e outros conteúdos, desde que informem isso aos clientes, segundo o Engadget.
Com o fim da neutralidade de rede, as operadoras de internet dos Estados Unidos não poderão sofrer sanções pela forma como gerenciam os recursos de suas redes, o que pode trazer consequências sérias para a concorrência. O presidente da FCC, Ajit Pai, reconhece que as operadoras poderão bloquear certos sites dependendo do plano de internet contratado.
Nos Estados Unidos, empresas como Facebook, Google, Twitter, Netflix, Mozilla, Dropbox e Spotify se juntaram para lutar a favor da neutralidade de rede. Ainda assim, os três republicanos (Ajit Pai, Michael O’Rielly e Brendan Carr) venceram os dois democratas (Mignon Clyburn e Jessica Rosenworcel), eliminando o princípio no país, como informa o Recode. Agora, a luta contra a decisão da FCC deve ir aos tribunais.
Por aqui, a neutralidade de rede é garantida pelo art. 9º da lei 12.965/2014, também conhecida como Marco Civil da Internet, que diz: “O responsável pela transmissão, comutação ou roteamento tem o dever de tratar de forma isonômica quaisquer pacotes de dados, sem distinção por conteúdo, origem e destino, serviço, terminal ou aplicação”.
As operadoras brasileiras terão dois argumentos para derrubar a neutralidade de rede no país. Além da decisão da FCC, que é favorável aos interesses das empresas, elas defendem que precisam priorizar determinados conteúdos na era da internet das coisas, já que a tecnologia seria utilizada para aplicações críticas, como monitoramento de trânsito ou realização de cirurgias.
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