Nokia e Xiaomi fecham acordo para compartilhar patentes

Paulo Higa
• Atualizado há 8 meses

A Nokia fechou um acordo para compartilhar suas patentes com a Xiaomi, permitindo que ambas as empresas possam desenvolver celulares e equipamentos de rede sem gastar milhões com pagamento de royalties.

É a primeira vez que a Nokia licencia suas patentes para uma empresa chinesa — ela já tinha acordos com fabricantes como Samsung e Apple. Boa parte dos recursos presentes atualmente nos dispositivos móveis vieram das mãos da Nokia, incluindo tecnologias de tela, interface de usuário, software, antena, chips e codificação de vídeo.

Nokia

Para o lado da Xiaomi, o acordo é um bom negócio porque os chineses têm um sério problema com patentes: se eles entrarem nos Estados Unidos, por exemplo, correm o risco de ter prejuízos devido a processos por quebra de propriedade intelectual. É por isso que a empresa tem entrado (ou tentado entrar) em países com menor risco de disputas, como Brasil e Índia.

Mas o acordo deve focar principalmente em infraestrutura: “Nokia e Xiaomi vão trabalhar juntas em soluções de interconexão de datacenters por fibra ótica, roteamento IP com o processador de rede FP4 anunciado recentemente pela Nokia, e uma solução de redes de datacenters”, dizem as empresas. Além disso, elas vão cooperar em áreas como internet das coisas, inteligência artificial e realidade virtual e aumentada.

O valor do acordo não foi divulgado. Segundo a Reuters, boa parte da receita da Nokia vem do licenciamento de patentes, sendo que 90% são de tecnologias de equipamentos de redes móveis.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.