A Nvidia divulgou recentemente os seus resultados financeiros (PDF) referentes ao primeiro trimestre do ano e, pela primeira vez, revelou que arrecadou um bom dinheiro com placas de vídeos direcionadas à mineração de criptomoedas: foram US$ 289 milhões. Mas essa bonança vai acabar: a própria companhia alerta que a busca de GPUs para mineração vai cair consideravelmente.

Não chega a ser surpresa. Como noticiamos ontem (10), os preços das placas de vídeo estão voltando ao normal. De meados de 2016 até o início de 2018, GPUs de alto desempenho tiveram tanta procura para atividades de mineração que os preços dispararam. A Radeon RX Vega 64, por exemplo, chegou a ser encontrada em lojas dos Estados Unidos por cerca de US$ 1.500, três vezes mais do que o preço original.

GeForce GTX 1080 Ti

Mas as placas da Nvidia foram as que mais venderam, para a alegria dos investidores. Jensen Huang, CEO da companhia, chegou a comentar durante a conferência sobre os resultados algo que os consumidores perceberam por experiência própria: que os mineradores de criptomoeda compraram muitas GPUs no primeiro trimestre e, com isso, fizeram os preços aumentarem. “Acho que muitos jogadores não puderam comprar uma nova GeForce por conta disso”, completou (acha, é?).

Porém, de janeiro para cá, o Ethereum e outras criptomoedas saíram do ritmo de valorização que vinham tendo nos últimos meses. Consequentemente, as atividades de mineração com GPU deixaram de ser interessantes para muita gente. O efeito disso é que as placas de vídeo já não desaparecem com tanta velocidade das prateleiras e têm preços mais próximos aos de lançamento.

O clima agora é de “foi bom enquanto durou”. Huang alertou aos investidores que a demanda por GPUs para mineração provavelmente vai cair em torno de dois terços no atual trimestre fiscal.

Com informações: Bloomberg.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.