Oi tem lucro de R$ 1,78 bilhão e cresce na receita com fibra óptica

Oi divulga resultados financeiros do 1º trimestre de 2022; operadora teve queda na receita e diminuiu investimentos, mas encerra período fiscal no positivo

Lucas Braga

Após dois adiamentos, a Oi finalmente divulgou o balanço para o 1º trimestre de 2022. A operadora registrou lucro líquido de R$ 1,98 bilhão após encerrar três períodos no negativo, mas reduziu significativamente os investimentos e teve queda na receita líquida.

Oi — Resultados financeiros do 1º trimestre de 2022

Confira os principais indicadores financeiros da Oi no 1º trimestre de 2022 e a comparação com o mesmo período do ano anterior:

Indicador1º trimestre de 20221º trimestre de 2021Diferença
Receita líquida totalR$ 4,41 bilhõesR$ 4,45 bilhões-4,5%
Lucro/Prejuízo líquido+R$ 1,78 bilhão-R$ 3,03 bilhões-158,7%
Dívida líquidaR$ 31,42 bilhõesR$ 25,17 bilhões+24,8%
Capex (investimentos)R$ 363 milhõesR$ 1,86 bilhão+3,1%
Unidades Geradoras de Receita (acessos)56,06 milhões53,8 milhões+4,2%

Os números do 1º trimestre de 2022 não consideram a venda da Oi Móvel, cujo negócio foi concluído apenas em 20 de abril de 2022. Sendo assim, trata-se do último período completo que a Oi era responsável pelo braço de telefonia celular.

Alguns indicadores já mudaram muito do fim do trimestre até hoje. A operadora informa que quitou R$ 14,4 bilhões da sua dívida, incluindo pendências do BNDES e debêntures da V.tal. Com o dever de casa sendo feito, a operadora espera concluir o processo de recuperação judicial.

O último trimestre que a Oi Móvel ainda é da Oi

Mesmo sendo uma operação descontinuada para a Oi, o braço de telefonia móvel ainda é importante no balanço financeiro. Dos R$ 4,41 bilhões da receita líquida total consolidada, R$ 1,92 bilhão são relativos ao negócio vendido.

A Oi Móvel encerrou o trimestre com 42,07 milhões de linhas, alta de 9,1% no comparativo anual. A maioria das adições foi de planos pós-pagos, que geram mais receita para a operadora. No entanto, a companhia teve queda de 4% nos acessos corporativos.

Loja da Oi em shopping. Foto: Divulgação
Lojas da Oi estão cada vez mais raras após venda da Oi Móvel (Imagem: Divulgação)

A receita móvel de clientes cresceu 1,1% na comparação anual, impulsionada pelo bom desempenho na receita do pós-pago, que aumentou 2,7%. Por outro lado, a Oi teve queda de 20,1% na receita de uso de rede.

Com a venda da Oi Móvel, os clientes começaram já a ser transferidos para Claro, TIM e Vivo — veja qual empresa assume as linhas em cada DDD. A migração completa pode levar até 18 meses, e as compradoras contrataram a Oi para continuar prestando o serviço enquanto o processo não for finalizado.

Oi Fibra melhora receita com aumento de clientes

As operações brasileiras continuadas da Oi — ou seja, tudo exceto a Oi Móvel — registraram receita líquida de R$ 2,45 bilhões, alta de 0,3% no comparativo anual. O segmento mais relevante é o fixo residencial, que responde por telefonia e banda larga (por fibra ou cobre).

A receita com serviços prestados via cobre teve queda de 41,9%, reflexo do encolhimento de 48,1% na base de clientes com as tecnologias legadas. Quem ainda tem usa o metálico da Oi tende a migrar para serviços de fibra, que proporcionam banda larga com melhor qualidade e preços menores.

A Oi tem colhido bons resultados na fibra óptica: a receita cresceu 51,9% no comparativo anual e representa praticamente o dobro da cifra obtida no cobre. O número de clientes saltou 40,8%, com 3,29 milhões de casas conectadas com banda larga, voz fixa ou IPTV.

O aumento na base de clientes foi possível graças ao crescimento da rede da Oi Fibra. No final do trimestre, a cobertura alcançava 15,64 milhões de domicílios, alta de 48,7%.

A operadora revelou que 23,2% dos clientes da Oi Fibra utilizam planos com velocidades iguais ou maiores que 400 Mb/s. Mirando nos usuários exigentes, a operadora anunciou em junho o serviço Oi Fibra X, que melhora a experiência de internet ao levar fibra óptica e Wi-Fi 6 para mais cômodos na residência.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.