Oi tem prejuízo de R$ 8,38 bilhões em 2021, mas cresce na fibra óptica

Com atraso, Oi divulga resultados financeiros de 2021; apesar do prejuízo, acessos de fibra óptica crescem 51% com nova estratégia

Lucas Braga
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• Atualizado há 10 meses
Logo da Oi ao lado de modem de fibra óptica
Oi (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Após dois adiamentos, a Oi finalmente divulgou o balanço financeiro do 4° trimestre de 2021. A operadora encerrou o ano com aumento de 20% no prejuízo e queda na receita líquida. No entanto, a estratégia com foco na expansão de fibra óptica trouxe resultados positivos, com crescimento de quase 60% no número de clientes.

Oi – Resultados Financeiros de 2021

Confira abaixo os resultados financeiros consolidados da Oi em 2021 e a comparação com o ano anterior:

Indicador20212020Diferença
Receita líquida totalR$ 17,93 bilhõesR$ 18,77 bilhões-4,5%
Lucro/Prejuízo líquido-R$ 8,38 bilhões-R$ 10,53 bilhões-20,4%
Dívida líquidaR$ 32,57 bilhõesR$ 21,79 bilhões+49,4%
Capex (investimentos)R$ 7,54 bilhõesR$ 7,31 bilhões+3,1%
Unidades Geradoras de Receita (acessos)56,4 milhões52,10 milhões+8,3%

Aqui vale destacar que esse balanço ainda inclui o faturamento com o segmento móvel. O braço de telefonia celular da Oi foi vendido para Claro, TIM e Vivo, mas o negócio só foi concluído em 20 de abril de 2022.

Oi Móvel foi vendida, mas cresceu número de clientes

Com a venda acertada, a Oi mal considera o serviço de telefonia celular no seu balanço. A receita da companhia com operações descontinuadas foi de R$ 7,45 bilhões e reduziu 5% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A Oi encerrou o ano de 2021 com 42,04 milhões de linhas celulares, com crescimento de 14,7% em comparação com o ano anterior. Enquanto o serviço móvel ainda respirava por aparelhos, a companhia veiculou ofertas de planos extremamente agressivos e conseguiu aumentar a base de clientes.

A operadora investiu R$ 795 milhões com o serviço móvel em 2021, redução de 25,4% em comparação com o ano anterior.

Receita da Oi Fibra supera serviços de cobre em 2021

A receita líquida com serviços fixos residenciais foi de R$ 5,21 bilhões e se manteve praticamente estável, com variação positiva de 0,5% em relação ao ano anterior. No entanto, 2021 marca o ano em que o faturamento da Oi com serviços de fibra óptica superou o cobre.

A receita com fibra óptica residencial foi de R$ 2,76 bilhões, alta de 110,9% comparado com o ano anterior. Por outro lado, o faturamento com cobre teve redução de 36,8%, justificada pela redução de 46,8% nas unidades geradoras de receita do segmento.

A tendência é que a receita com serviços de cobre reduza cada vez mais: ainda existem muitos acessos de telefonia fixa pura, sem contrato com internet; quem ainda usa internet ADSL da Oi provavelmente migrará para outra tecnologia melhor, seja com a própria companhia ou outras operadoras.

O crescimento da Oi Fibra e da companhia neutra V.tal

Os resultados operacionais mostram que a Oi faz o dever de casa com relação à fibra óptica: a operadora encerrou o ano com 3,16 milhões de casas conectadas com o serviço Oi Fibra, alta de 58,5% em relação ao ano anterior.

A Oi Fibra estava disponível para contratação em 14,6 milhões de domicílios brasileiros (home passed). No ano de 2021 a cobertura cresceu em 5,5 milhões de casas, com média de 457 mil residências adicionadas por mês.

A maioria dos clientes da Oi Fibra utiliza planos de banda larga com velocidades entre 200 Mb/s e 400 Mb/s, que representam 76,8% de toda a base. Os acessos com internet de 400 Mb/s ou superior representam 14,2%, enquanto apenas 9% utilizam velocidades inferiores a 200 Mb/s.

Vale lembrar que a rede de fibra pertence à V.tal, companhia neutra que recebeu toda a infraestrutura óptica da Oi. A operadora terá 42% de participação do ativo, que será controlado pelo BTG Pactual. O plano estratégico prevê cobertura para 32 milhões de casas até o final de 2025.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.

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