Primeiro vieram as fichas metálicas, depois veio o cartão indutivo. Agora a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) começa a pensar na próxima forma de pagamento adotada nos orelhões, como são chamados os telefones públicos mantidos pelas operadoras — por força de lei, devo acrescentar. Uma proposta apresentada pela agência nessa sexta-feira (29) tenta flexibilizar o uso dos cartões indutivos e outras medidas para revitalizar os orelhões.
Relatório assinado pela conselheira Emília Ribeiro mostra o decréscimo em uso de créditos, chamadas feitas a partir de orelhões, número de cartões indutivos fabricados e receita obtida a partir destes terminais. Fica evidente que os orelhões caíram no “desinteresse” da população. Contrário a este movimento de queda, os acessos por linha móvel só fazem crescer, ampliando este contraste.
A relatora propõe que as operadoras sejam livres para adotar novos meios de pagamento dos orelhões. No relatório Emília explicita que ainda se fala em “créditos” para uso nos orelhões, mas as prestadoras poderiam adotar outras formas. Entretanto, a agência não especifica quais métodos alternativos poderiam entrar em uso nos terminais de uso público.
“A abertura para utilização de outras tecnologias visa impulsionar a competição, baixar os custos de produção, oferecer maior conforto e facilidade ao usuário, além de dificultar a fraude, diminuindo as perdas das concessionárias e usuários”, escreveu Emília no relatório que você pode ler neste link.
Outra ideia que entra em consulta pública por 45 dias se refere ao uso dos orelhões para prestação de serviços que não sejam de voz. O relatório cita “outros serviços de telecomunicações ou de valor adicionado”, dando como exemplo o acesso Wi-Fi. Na prática quer dizer que as prestadoras poderiam adotar os orelhões como hotspots para a disseminação da cobertura de internet sem fio por Wi-Fi. Atualmente todas as prestadoras oferecem o Wi-Fi como parte de seus portfólios para consumidores.
A Anatel não descarta o uso dos orelhões como espaço de propaganda. Também está em questão a liberação das cabines para apresentação de material publicitário desde que a receita proveniente desta atividade seja integralmente investida na manutenção dos terminais. A ideia foi defendida pela conselheira Emília Ribeiro com críticas de outro conselheiro da agência, que acredita que o melhor seria liberar a publicidade com o destino do valor arrecadado definido pela prestadora. O texto proíbe o uso dos terminais para fazer propaganda de DDD/DDI.