Project Volterra: mini-PC da Microsoft tem Arm e foco em desenvolvedores

Project Volterra tem cara de Mac Mini, mas é um "mini-PC" com Windows 11 e chip Snapdragon criado para desenvolvedores

Emerson Alecrim
• Atualizado há 11 meses

Na primeira olhada, parece um Mac Mini. Na segunda olhada, também. Na verdade, trata-se um pequeno desktop com chip Snapdragon criado pela Microsoft. Mas não se anime ainda: a novidade não vai ser vendida como um computador “normal”. Esse brinquedinho faz parte de um kit de desenvolvimento chamado Project Volterra.

Project Volterra (imagem: reprodução/Microsoft)
Project Volterra (imagem: reprodução/Microsoft)

Eu adoro o conceito de mini-PC e fiquei mais interessado ao saber que o equipamento tem um chip Snapdragon. Se é algo vindo da Microsoft, isso significa que um sistema operacional da companhia está por ali, certo? Certo. Para a surpresa de ninguém, o Windows 11 vem instalado de fábrica.

Essa combinação incomum de especificações tem uma razão para existir. Basicamente, com o projeto, a Microsoft quer facilitar o desenvolvimento de software Arm64 no ecossistema do Windows — só para relembrar, o Snapdragon tem arquitetura Arm.

Para tanto, a Microsoft juntou forças com a Qualcomm. Não que essa parceria seja inédita. Ambas as companhias somaram esforços no ano passado para criar um kit de desenvolvimento focado justamente em aplicativos Arm64 para Windows.

Digamos que o Project Volterra é uma continuação desse trabalho. Não por acaso, o diminuto desktop é preparado para trabalhar com ferramentas e linguagens como Visual Studio 2022, Visual C++, .Net 6, Java, Windows Terminal e WSL (Windows Subsystem for Linux).

Snapdragon e o que mais?

Infelizmente, a Microsoft ainda não revelou todos os detalhes do Project Volterra. Sabemos, por exemplo, que o chip do equipamento é um Snapdragon, mas o modelo exato ainda é um mistério. Chuto, porém, que esse processador é uma versão do Snapdragon 8cx Gen 3, que é próprio para computadores com Windows.

Faz parte do projeto uma unidade de processamento neural (NPU, na sigla em inglês) para permitir que os desenvolvedores criem software com recursos de inteligência artificial. Presumivelmente, entre eles estão funções de eliminação de ruído em áudio e desfoque de fundo de fotos, por exemplo.

Memória RAM e capacidade de armazenamento estão entre os atributos desconhecidos. Por outro lado, os detalhes externos revelam que o Project Volterra tem pelo menos três portas USB-A (convencionais), duas portas USB-C, uma porta mini-DisplayPort e uma porta Ethernet.

O corpo do equipamento é feito de um plástico reciclado e retirado do oceano. Outro detalhe interessante é que o design do Project Volterra permite que várias unidades do desktop sejam empilhadas umas sobre as outras. Isso pode ser útil, por exemplo, para desenvolvedores que precisam fazer testes simultâneos, mas com parâmetros diferentes em cada máquina.

Project Volterra pode ser empilhado (imagem: divulgação/Microsoft)
Project Volterra pode ser empilhado (imagem: divulgação/Microsoft)

Talvez alguns desenvolvedores se perguntem sobre o desempenho, mas é possível que este não seja um ponto fraco do equipamento. Apesar de ventoinhas não serem mandatórias em computadores com chip de tecnologia Arm, a novidade tem um cooler interno que, provavelmente, permitirá que a capacidade máxima do Snapdragon seja explorada sempre que necessário.

Quando, quanto e onde?

Ainda não há informações sobre preços, muito menos sobre data de lançamento. Mas o Windows Central destaca que havia rumores de que Project Volterra chegaria nesta semana, junto com a atual edição do evento Microsoft Build.

Os planos teriam sido cancelados por um imprevisto não revelado — talvez a escassez global de chips. Se isso for verdade, é possível que o lançamento ocorra ainda neste trimestre.

Relacionados

Escrito por

Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.