Faculdade vai usar reconhecimento facial para detectar alunos desatentos
A faculdade de administração ESG, em Paris, vai usar um sistema de análise facial para detectar se os alunos de um curso à distância estão prestando atenção na aula. A ideia é expandir isso para aulas presenciais também.
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O The Verge explica que o software, chamado Nestor, usa a webcam do aluno para analisar os movimentos oculares e expressões faciais, e determinar se ele está prestando atenção. Então, ele formula um questionário com base no conteúdo apresentado nos momentos de distração.
Marcel Saucet é fundador da LCA Learning, empresa que criou o Nestor. Ele diz que, inicialmente, essa tecnologia será usada para os alunos que assistem a aulas online; mas a intenção é expandir isso para aulas presenciais.
Imagine um futuro em que seu professor sabe que você não está prestando atenção na aula e dispara uma notificação — é isso o que Saucet quer. Será que isso vai tornar os alunos mais atentos? Ou eles vão arranjar uma forma de burlar o sistema (cobrindo a webcam), ou simplesmente vão ignorar as notificações?
Saucet acredita que, com esse software, os professores também seriam capazes de identificar momentos em que a atenção dos alunos diminuiu, o que poderia ajudar a melhorar a aula.
Quanto à privacidade, Saucet diz que o Nestor não armazena as imagens capturadas pela webcam, e que a empresa não tem planos de vender os dados coletados pelo software. Além disso, esses dados serão criptografados e anonimizados.
Não é a primeira vez que o reconhecimento facial é usado na educação. A IE Business School, em Madri, recentemente inaugurou a WOW Room, uma sala com 48 telas que exibem o rosto dos alunos fazendo ensino à distância. O professor dá aula em frente a esses displays, e um sistema detecta se você está prestando atenção.
Por causa de smartphones e laptops, é terrivelmente fácil se distrair durante as aulas na faculdade. Mas não sou muito fã da ideia de um programa que detecta falta de atenção. Parece uma solução tecnológica para um problema que talvez possa ser resolvido de outra forma — com aulas mais interativas, fugindo do formato de uma palestra, por exemplo.
Com informações: The Verge.