Suas fotos foram usadas por sistemas de biometria facial? Este site mostra
Exposing.ai indica se suas fotos aparecem em conjuntos de dados usados para treinar sistemas de reconhecimento facial
Exposing.ai indica se suas fotos aparecem em conjuntos de dados usados para treinar sistemas de reconhecimento facial
Os sistemas de reconhecimento facial são desenvolvidos com fotos reais para oferecerem comparações precisas. Em alguns casos, as fotos são coletadas de serviços como redes sociais sem o consentimento dos usuários. Para alertar sobre a prática, o site Exposing.ai permite verificar se as suas imagens foram usadas em algum desses sistemas.
A ferramenta permite comparar imagens armazenadas no Flickr com os conjuntos de dados usados em reconhecimento facial. Para conferir se sua imagem está em um dos conjuntos, basta acessar este link e usar URL ou ID da foto no Flickr, seu nome de usuário no serviço ou tags usadas na foto.
Em seguida, o site busca correspondentes idênticas nos mais de dez conjuntos que possui informações. A pesquisa não usa armazenamento facial, nem armazena dados pessoais durante a pesquisa.
Os conjuntos de dados (ou data sets) costumam ser criados por empresas, universidades e governos, e reúnem milhares de imagens públicas coletadas na internet. Em alguns casos, o conteúdo é compartilhado livremente com terceiros.
Um desses casos aconteceu com um conjunto de dados criado em 2015 por professores da Universidade de Washington sem consentimento das pessoas que aparecem nas imagens. O MegaFace, como é chamado, foi criado como material de apoio para uma competição acadêmica relacionada a sistemas de reconhecimento facial.
Depois da competição, porém, o material foi liberado para terceiros desenvolverem as suas soluções de reconhecimento facial. O conteúdo chegou a 6 mil downloads, incluindo tanto alunos, quanto empresas e governos. Entre elas, estão a ByteDance, dona do TikTok, e a Northrop Grumman, que presta serviços de defesa ao governo dos Estados Unidos.
O MegaFace foi descontinuado em junho de 2020 e seus dados não são mais distribuídos pela universidade. No entanto, o alcance que ele continua registrando é incerto. Isso porque o criador dos conjuntos de dados não tem controle sobre cópias e modificações criadas a partir do conteúdo original.
Os criadores do Exposing.ai indicam que o site poderá suportar outras fontes de imagens em breve, mas, por enquanto, aceita apenas as do Flickr. O serviço foi escolhido por ter sido um dos mais utilizados para criar os conjuntos de dados para reconhecimento facial que hoje circulam na internet.
O Flickr permite coletar fotos publicadas com a licença Creative Commons, que permite a terceiros usarem o material em seus projetos. Em 2014, algumas dessas imagens foram usadas pelo Yahoo, então proprietário da plataforma, para desenvolver sua ferramenta de visão computacional. Desde 2018, o serviço é da SmugMug.
Com informações: New York Times.