Projeto brasileiro quer levar pagamento por biometria facial ao varejo
Uze e Universidade Federal da Bahia estão desenvolvendo soluções de pagamento usando a biometria facial para validar transações; piloto deve chegar ao varejo em novembro
Já imaginou realizar uma compra usando o seu rosto como fator de autenticação? Um projeto completamente brasileiro está trabalhando justamente nisso, a fim de desenvolver soluções de pagamentos usando a biometria facial para validar cada transação. Com essa tecnologia, poderíamos usar não apenas senhas, impressões digitais e aproximação de cartão, mas também nossos rostos para aumentar a segurança de nossas finanças.
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Trata-se de um projeto da Uze, empresa especializada em crédito para o varejo, em parceria com a Universidade Federal da Bahia e realizada através do Instituto Euvaldo Lodi. Assim, a inciativa 100% nacional busca melhorar a experiência de consumidores através de uma série de inovações.
A primeira delas, que já está em andamento, é uma solução tecnológica para pagamentos que se utiliza da biometria facial como fator de validação das transações. O objetivo é ampliar as possíveis opções de autenticação enquanto facilita a experiência do consumidor.
Pandemia incentivou novas soluções de pagamentos
Conforme apontado pela Uze em comunicado à imprensa, as inovações nos meios de pagamento se tornaram uma forte tendência de mercado, especialmente quando a pandemia de COVID-19 forçou o mundo todo a pensar em opções mais seguras e sem contato físico para realizar pagamentos presenciais.
“Os clientes estão cada vez mais exigentes, gostam de comodidade e, com a pandemia, quanto menor o contato físico com os dispositivos no momento do checkout, melhor e mais segura será a experiência do usuário”, diz André Vilas, Co-CEO da Uze.
Um estudo da Economist Intelligence Unit revelou que a biometria facial deverá se tornar o método de autenticação dominante nos pagamentos ainda nesta década. Mas, é claro, há obstáculos a serem enfrentados também. Por mais que o rosto de cada um seja único, esse sistema de validação não está imune a fraudes, por isso essa tecnologia deverá ser preparada para todas as possíveis brechas de segurança.
Software piloto será testado no varejo em novembro
O acordo com a Universidade Federal da Bahia vai até dezembro de 2021, com a possibilidade de renovação conforme o projeto apresente resultados. “Como é a primeira vez que estamos fazendo a parceria, estamos querendo testar o modelo de trabalho para concluir se ambas as partes se adaptam e futuramente escalar novos projetos”, explica Thirza Cardona Franca, chefe de desenvolvimento e Inovação da Uze. A executiva também revelou que a empresa está em contato com mais instituições voltadas à pesquisa e inovação.
O projeto piloto está sendo atualmente desenvolvido com a participação do departamento de inovação da Uze e de quatro pesquisadores da Universidade Federal da Bahia. As primeiras versões de teste do software começaram a rodar no final de agosto e deverão ser efetivamente implementadas em comércios parceiros a partir de novembro.