Facebook vai encerrar reconhecimento facial por “preocupação” com a tecnologia
Fim do sistema de reconhecimento facial do Facebook atinge mais de 1 bilhão de usuários; leitor de imagens para cegos e deficientes visuais será afetado
Fim do sistema de reconhecimento facial do Facebook atinge mais de 1 bilhão de usuários; leitor de imagens para cegos e deficientes visuais será afetado
A Meta comunicou na tarde desta terça-feira (2) que pretende desativar o sistema de reconhecimento facial para vídeos e fotos postadas no Facebook. Ao divulgar a mudança na ferramenta capaz de automaticamente identificar e marcar usuários, a empresa de Mark Zuckerberg diz que está “preocupada” com os desdobramentos desse tipo de tecnologia como um todo.
A decisão de desativar o sistema de reconhecimento facial deve afetar cerca de um terço dos usuários do Facebook que habilitaram essa opção para fotos e vídeos — ou seja, mais de 1 bilhão de pessoas. Como resultado, a companhia chama a iniciativa de “uma das maiores mudanças no uso do reconhecimento facial na história da tecnologia”.
Um dos bons exemplos do uso da ferramenta destacado pelo Facebook era no caso do Texto Alternativo Automático (AAT), que cria descrições das imagens para deficientes visuais e cegos. Antes, o reconhecimento facial avisaria quem estava presente na foto do Facebook, se eram colegas, ex-colegas, familiares ou amigos. Mas agora o AAT não vai dar mais essa informação.
A rede social também dava a opção para usuários serem automaticamente notificados quando um vídeo ou foto com seu rosto fosse postado por outras pessoas, além de dar sugestões sobre quem marcar na imagem. Isso também será desativado junto com o sistema de reconhecimento facial.
Em nota, a Meta diz acreditar que o reconhecimento facial pode ser usado como um “poderoso instrumento” para combater fraudes e roubos de conta e informações pessoais. A empresa continuará estudando como essa tecnologia pode beneficiar usuários e como ela pode ser implementada no futuro.
A rede social também expressou preocupação com o uso do reconhecimento facial. Em comunicado, Jerome Pesenti, vice-presidente de IA do Facebook, diz:
“Existem muitas preocupações sobre a posição da tecnologia do reconhecimento facial na sociedade, e os reguladores ainda estão no processo de fornecer um conjunto claro de regras que definam o seu uso. Em meio a essa incerteza contínua, acreditamos que o apropriado seja limitarmos o uso do reconhecimento facial a um conjunto restrito de casos.”
Ao citar alguns dos principais abusos do reconhecimento facial, o Facebook lista o cruzamento de dados entre o rosto de seus usuários e metadados de fotos e bancos de informações de terceiros. A preocupação da plataforma é manter esse acesso ao reconhecimento facial restrito aos aparelhos pessoais dos perfis.
“Este método de reconhecimento facial no dispositivo, que não requer comunicação de dados faciais com um servidor externo, é mais comumente implantado hoje em sistemas usados para desbloquear smartphones”, diz Pesenti.
Por fim, a rede social avisa que vai desabilitar as configurações por reconhecimento facial, popular entre alguns de seus usuários. Essa mudança deve ocorrer nas próximas semanas, e pode ser gradual ou de uma vez só: o Facebook não forneceu nenhum prazo específico para desativar o sistema.
“Continuaremos nos envolvendo nessa conversa e trabalhando com os grupos da sociedade civil e reguladores que estão liderando essa discussão”, conclui o vice-presidente de IA do Facebook.
Recentemente, o Facebook vem atravessando uma maré conturbada de escândalos. Na semana passada, diversos sites de notícias norte-americanos divulgaram o Facebook Pappers, uma série de documentos internos que revelam bastidores da operação e dia a dia da plataforma.
Com informações: Meta
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