Telegram terá que interromper criptomoeda Gram após bloqueio dos EUA
Telegram não poderá distribuir criptomoeda Gram devido a liminar da SEC; projeto é semelhante ao Libra, do Facebook
Telegram não poderá distribuir criptomoeda Gram devido a liminar da SEC; projeto é semelhante ao Libra, do Facebook
Em 2018, o Telegram arrecadou US$ 1,7 bilhão emitindo uma nova criptomoeda chamada Gram. A empresa prometeu entregá-la aos investidores até outubro deste ano, mas talvez não consiga: a SEC, comissão de valores mobiliários dos EUA, obteve uma liminar que impede a distribuição desse token digital. O projeto é semelhante ao Libra, do Facebook, que também enfrenta problemas.
O Telegram é acusado de violar a Securities Act, lei de valores mobiliários dos EUA, por não registrar a venda da criptomoeda Gram na SEC. “Defendemos que os réus não forneceram informações aos investidores sobre as operações comerciais, condições financeiras, fatores de risco e gerenciamento dos Grams e do Telegram exigidos por lei”, diz Stephanie Avakian, da SEC, em comunicado.
A TON Issuer, subsidiária do Telegram Group, vendeu cerca de 2,9 bilhões de unidades do Gram para 171 investidores, e mais de 1 bilhão desses tokens foram adquiridos por 39 americanos, de acordo com a SEC.
A liminar que barra a distribuição do Gram nos EUA foi concedida pela Justiça federal, e é temporária. No entanto, a SEC quer interromper a criptomoeda permanentemente. “Nós dissemos várias vezes que não há como evitar as leis federais de valores mobiliários apenas rotulando seu produto como criptomoeda ou token digital”, escreve Steven Peikin, da SEC, no comunicado.
O problema é que, se o Telegram não distribuir o Gram até 31 de outubro, a empresa terá que devolver o dinheiro arrecadado — cerca de US$ 1,7 bilhão. Esta é uma cláusula do contrato firmado com os investidores.
O objetivo do Gram é financiar o desenvolvimento de uma blockchain chamada TON (Telegram Open Network) que permitiria realizar pagamentos entre os mais de 200 milhões de usuários do Telegram.
O projeto é semelhante ao Libra, do Facebook, que também vem recebendo más notícias. A Associação Libra perdeu o apoio do PayPal, Visa, Mastercard e eBay. A França quer banir a criptomoeda na União Europeia, e os EUA cogitam barrar a emissão da criptomoeda que a rede social planeja lançar em 2020.
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