Tempo de tela superior a 7 horas/dia é perigoso para a saúde, mostra estudo

Associação Americana de Optometria divulga estudo que aponta relação entre tempo de tela e alguns sintomas não ligados à visão

Felipe Freitas
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Smart Monitor Samsung M5 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Tempo de tela em excesso não prejudica só a visão, aponta Associação Americana de Optometria (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A Associação Americana de Optometria (AOA, sigla em inglês) publicou recentemente um estudo sobre o impacto do tempo de tela na saúde humana. No estudo, a AOA aponta que excesso de tela levam a outros sintomas não relacionados a visão, afetando a saúde mental e até mesmo os músculos das costas. A pesquisa foi publicada pela própria Associação, não passando por revisão de pares

Esse novo estudo da AOA não foca especificamente em doenças ou síndromes da visão causadas pelo tempo de tela. Fadiga ocular causada por exposição à luz, por exemplo, já é algo comprovado — e seu efeito pode ser mitigado. A publicação mais recente da AOA destaca como o tempo de tela em excesso também está ligado a outros sintomas, que podem ou não estarem ligados à fadiga ocular.

Alto tempo de tela pode gerar dores musculares

Segundo o estudo da AOA, que foi publicado em seu próprio site, a síndrome da visão do computador (SVC), que abrange problemas além da fadiga ocular, pode gerar dores no pescoço e nas costas de quem passa muito tempo na frente de uma tela. Essas dores estão ligadas à tensão que essas regiões sofrem com o tempo que o usuário passa sentado. E sim, uma má postura aumenta o desconforto.

Trabalhar com mais de uma tela não foi citado no estudo, mas usar vários monitores exige mais movimento do pescoço e olhos (Imagem: Boitumelo Phetla/Unsplash)

Esses sintomas da SVC também pioram a qualidade de vida da pessoa, saúde mental e prejudicando a produtividade no trabalho. Neste último caso, os efeitos são sentidos não só durante o horário de trabalho, mas também fora, quando o funcionário precisa tirar atestado. O estudo não chega a falar se usar mais de uma tela amplia as dores, mas lembre-se que usar dois monitores faz com que nosso pescoço e olhos se mexam mais vezes.

Alguns dos sintomas da SVC destacados no estudo já são conhecidos. Por exemplo, os problemas ligados aos olhos, que podem ser visão embaçada, dores de cabeça e outros. O cenário piora com quem tem algum problema de visão não tratado, já que a falta de uma correção gera essas dores de cabeça mesmo sem estar na frente das telas. Contudo, usar óculos ou lentes não deixa ninguém imune à SVC.

O excesso de tela, principalmente em displays não-OLED, também afeta o sono (e difícil não pensar que uma dor de cabeça forte também não prejudique na hora de dormir). Sem um bom sono, a saúde mental é atingida. No entanto, os sintomas de dores musculares não são resolvidos com mais filtro de luz azul.

Como mitigar os efeitos da SVC

Com pessoas trabalhando ou estudando por horas na frente de uma tela, beira o impossível impedir os efeitos da SVC. Todavia, a AOA aponta algumas práticas para mitigar os sintomas da síndrome. Algumas delas são:

  • Usar menos dispositivos — a troca entre diferentes telas é mais prejudicial à visão, ou seja, tente não levar o celular ao banheiro depois de usar um monitor. Esse ponto também sugere que usar mais de um monitor, de marcas diferentes, pode contribuir para a SVC.
  • Posicionar o monitor e a luz do seu local de trabalho ou estudo de um modo que evite reflexos na tela.
  • Descansar ao sentir dores musculares ou cansaço nos olhos.
  • Ambiente de trabalho (cadeira e mesa) que atendam o seu tamanho.
  • Consultas anuais com oftalmologistas.
  • Descanso 20-20-20 — esses números se referem a uma “técnica” de olhar para algo que esteja a 6 metros de distância (20 pés) por 20 segundos a cada 20 minutos de uso de tela.

Com informações: 9to5Mac

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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