União Europeia quer que Elon Musk contrate mais moderadores para o Twitter

Twitter usa revisores voluntários para acrescentar informações e contexto a posts suspeitos; bloco considera que medida é insuficiente

Giovanni Santa Rosa
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• Atualizado há 3 meses
Twitter
Twitter (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Mais problemas para Elon Musk. A União Europeia quer que o Twitter aumente seu pessoal dedicado à moderação de conteúdo. Em setembro, uma nova legislação exigirá a remoção rápida de conteúdos ilegais, e as multas para quem não fizer isso são altas. O pedido vem em um momento em que o novo dono da rede social quer reduzir gastos.

As informações foram obtidas pelo jornal The Financial Times, que falou com quatro pessoas que estão por dentro das conversas entre Musk, executivos do Twitter e autoridades regulatórias da União Europeia.

Atualmente, o Twitter usa moderadores humanos e tecnologias de inteligência artificial para remover conteúdos ilegais e que ferem suas políticas de uso. Isso é praticamente padrão entre as diferentes redes sociais.

O rede do passarinho azul, porém, não tem verificadores de informações contratados. É algo que a Meta faz, por exemplo.

Para suprir essa lacuna, o Twitter conta com voluntários, que podem adicionar contexto às publicações, como parte do programa Notas da Comunidade. Este recurso, inclusive, chegou recentemente ao Brasil.

Regulamento da União Europeia exige moderação

A União Europeia acha que isso não é suficiente. O bloco aprovou uma regulação chamada Digital Services Act, ou Regulamento de Serviços Digitais, em português.

Ela determina que plataformas online com mais de 45 milhões de usuários devem seguir códigos de conduta e se submeter a auditorias externas.

Além disso, elas devem derrubar com mais rapidez publicações contendo discurso de ódio, pornografia infantil e terrorismo.

A multa por não cumprir essas obrigações pode chegar a 6% da receita global da empresa. A nova legislação começa a valer em setembro.

Elon Musk está cortando custos no Twitter

Para isso, a União Europeia considera necessário contar com mais moderadores humanos.

A solução com voluntários também é rejeitada pelo bloco, porque a rede social conta com um número muito pequeno de pessoas envolvidas no projeto. A Wikipédia, por exemplo, tem centenas de milhares de editores não-remunerados.

O problema é que Musk vem cortando custos do Twitter. Desde que assumiu o controle da empresa, mais de 7,5 mil funcionários já deixaram seus cargos. O empresário investiu US$ 44 bilhões para comprar 100% das ações da companhia.

Em fevereiro, as plataformas deveriam entregar um relatório sobre como implantaram as recomendações anti-desinformação. O Twitter foi a única que enviou um documento incompleto, com poucos dados e sem informações sobre como pretende cooperar com verificadores de informações.

Em resposta ao jornal The Financial Times, o Twitter declarou que pretende cumprir integralmente o Digital Services Act e que teve várias discussões produtivas com autoridades da União Europeia.

“Nós continuaremos usando uma combinação de tecnologia e especialistas para detectar e remover proativamente conteúdos ilegais. Além disso, as notas da comunidade permitem que as pessoas saibam mais sobre potenciais conteúdos de desinformação de maneira informativa, transparente e confiável”, acrescentou a rede social.

Com informações: Ars Technica

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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