A história do Facebook [Do Hot or Not aos 2 bilhões]
O site que começou no campus da universidade e, depois, conquistou usuários do mundo todo; conheça a história do Facebook
O site que começou no campus da universidade e, depois, conquistou usuários do mundo todo; conheça a história do Facebook
Da plataforma que teve o capital inicial de US $1 mil à empresa que registrou lucro líquido de US $7,84 bilhões, no terceiro trimestre de 2020. Do Facemash — site com proposta similar ao Hot or Not — lançado inicialmente apenas para estudantes de Harvard (EUA) à companhia que tem escritórios em 70 cidades do mundo inteiro.
Do site para graduandos de universidades à plataforma que registrou 2.74 bilhões de usuários ativos mensais, de acordo com relatório oficial de destaques operacionais, referente ao terceiro trimestre de 2020. É inegável que, mesmo com a trajetória polêmica e as sucessivas brigas judiciais, a história do Facebook desperta fascínio.
O website Am I Hot or Not — nome que foi posteriormente alterado para apenas Hot or Not — foi lançado no ano 2000 por Jim Yong e James Hong, dois estudantes da Universidade da Califórnia (UC Berkeley), nos Estados Unidos. De acordo com Hong, na plataforma as pessoas podiam fazer upload da sua própria foto, para que outros usuários classificassem, numa escala de 1 a 10, o quão atraente era a pessoa.
As pessoas com as classificações mais altas, então, eram consideradas as mais atraentes. Como a revista americana Time apontou, no seu lançamento, o Hot or Not não tinha o objetivo de promover encontros entre os visitantes do site. A plataforma representava uma “pegadinha”, um “site divertido”, segundo seus desenvolvedores.
Em 2003, aparentemente com essa mesma intenção (uma “pegadinha”) Mark Zuckerberg, na época estudante de Harvard, criou o Facemash. Como é detalhado no The Harvard Crimson, duas fotos de estudantes da universidade eram exibidas por vez.
Lado a lado, as pessoas eram comparadas e uma delas era escolhida como a mais atraente, por cada aluno que visitava o site para votar. Com base nas classificações, os rankings dos “mais atraentes” eram formados: o geral e o de cada casa da universidade.
Para conseguir as fotos dos alunos, Zuckerberg invadiu os websites de nove casas da universidade. Com o material reunido, trabalhou na programação da plataforma. Depois de pronto, o link foi massivamente compartilhado entre os estudantes. No decorrer de um dia, cerca de 450 pessoas visitaram o endereço e votaram, pelo menos, 22.000 vezes.
Ainda de acordo com o The Harvard Crimson, devido a grande repercussão do Facemash, Zuckerberg foi chamado pelo conselho administrativo da universidade para responder às acusações de violação de segurança e uso não autorizado das imagens. O site foi desativado pelo próprio aluno.
Ao abordar a história da origem do Facebook, é perceptível o esforço de Mark Zuckerberg na tarefa de desassociar o Facemash da “linha do tempo evolutiva” do Facebook. Como se o prank site não representasse um marco importante para destacá-lo e estimular a popularidade de um site posterior e reformulado.
Como relata a página estrangeira Mashable, em uma das investidas para reescrever a história da origem do site, o CEO da plataforma indica que a criação do Thefacebook — nome posteriormente alterado para apenas Facebook — teve um impulso nobre, entre as suas motivações: dar voz às diferentes perspectivas das pessoas em meio a um momento de grande tensão. Em 2003 teve início a Guerra do Iraque, em que Estados Unidos e aliados se uniram militarmente para derrubar o governo de Saddam Hussein.
O discurso sobre as motivações para a criação da plataforma ocorreu em 2019, na Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos. Mesmo com os esforços, o artigo detalhado sobre o Facemash no The Harvard Crimson [thecrimson/facemash-creator], é uma fonte que não permite o esquecimento do episódio inicial da história do Facebook.
No dia 4 de fevereiro de 2004, foi lançado o thefacebook.com, um site que não violava as regras da universidade, pensado inicialmente para reunir os estudantes de Harvard em uma só plataforma.
De acordo com o The Harvard Crimson, apenas quem tinha um endereço de e-mail de Harvard válido podia se cadastrar e fazer upload de fotos, informações pessoais e dados acadêmicos. Para concluir e validar o registro, um link era enviado para o e-mail indicado no momento do cadastro.
Os cadastrados podiam pesquisar sobre outros estudantes, seja da mesma classe de aula ou da mesma casa (Lowell, Eliot, Kirkland, Adams, entre outras), por exemplo. Já nessa fase inicial, a exibição das informações contava com configurações de segurança que permitiam selecionar quem poderia ver seus dados: amigos, amigos de amigos, etc.
Em 8 de fevereiro de 2004, mais de 650 estudantes se cadastraram para usar o serviço, segundo Zuckerberg, para o jornal estudantil da instituição de ensino superior.
A adesão massiva do Facebook e o consequente interesse, por parte de investidores em potencial, foram essenciais para o seu crescimento como empresa e o desenvolvimento constante de recursos adicionados à plataforma. Em 2012 o Facebook anunciou a compra do Instagram e, em 2014, a compra do WhatsApp — aquisições que aumentaram exponencialmente o seu poderio.
Com informações de: Valor Investe, Facebook¹, Facebook ², Facebook Investor Relations, abc NEWS, Time, The Harvard Crimson¹, The Harvard Crimson ², Mashable¹, Mashable ², The Age, G1 e Wayback Machine.