Como funciona a direção autônoma; entenda os níveis

Faz sozinho ou estão me enganado? Saiba como funciona a direção autônoma e entenda os níveis da escala atual utilizada

Leandro Kovacs
• Atualizado há 1 ano e 9 meses

O ano é 2021, de acordo com o cinema e a literatura, já deveríamos nos locomover utilizando carros voadores. O máximo alcançado foi algum auxílio autônomo. Veja abaixo, como funciona a direção autônoma dos carros e entenda os níveis da escala utilizada, atualmente, para a métrica. A tecnologia ainda está na infância, para crescer precisa de desenvolvimento em outras áreas, principalmente nas vias e cidades.

Como funciona a direção autônoma (Imagem: Volvo/Divulgação)
Como funciona a direção autônoma (Imagem: Volvo/Divulgação)

O que é direção autônoma?

Direção autônoma é uma função quando carros ou caminhões não precisam de motoristas humanos assumindo o controle para operar o veículo com segurança. Veículos com essa característica também são conhecidos como carros autônomos ou “sem motorista”, é uma combinação perfeita de sensores e software para controlar, navegar e dirigir o veículo.

Qual a dificuldade de implantação?

Atualmente, não há veículos totalmente autônomos em operação legal em nenhum país. Existem, no entanto, veículos parcialmente autônomos – especialmente focados na assistência ao motorista, seja com informações, até troca de faixas de forma segura.

A grande verdade é que essa tecnologia está, ainda, na infância. A direção autônoma vem se tornando cada vez mais comum e pode, possivelmente, transformar nosso sistema de transporte – por extensão, nossa economia e sociedade. 

Para entender como funciona a direção autônoma, é preciso ficar atento a maior dificuldade que é a tecnologia não depender somente dela, mas sim de sistemas inteiros de integração, de internet, sensores nos trajetos, o carro não pode ser inteligente, se a cidade inteira não for também.

Como funciona a direção autônoma (Imagem: Tesla/Divulgação)
Para total automação a tecnologia necessária é ampla (Imagem: Tesla/Divulgação)

Com base nas estimativas de montadoras e empresas de tecnologia, os carros autônomos de nível 4 podem estar à venda nos próximos anos.

Quais são os níveis de direção autônoma?

Uma pergunta importante, todos os responsáveis por criar esse tipo de tecnologia, utilizam uma escala de nível para designar quanto o veículo é autônomo. A escala é composta por 6 níveis – de 0 até 5 – vamos entender as características de cada degrau.

Como funciona a direção autônoma (Imagem: Tesla/Divulgação)
O objetivo final é o motorista se tornar apenas passageiro (Imagem: Tesla/Divulgação)

Nível 0 (Sem automação)

O veículo é totalmente dependente do ser humano, controlado de forma 100% manual, exige máxima atenção do motorista, amplamente difundido como modelo antes da criação da tecnologia.

Nível 1 (Auxílio ao motorista)

É o grau mais simples e pode ser encontrado em muitos veículos atualmente. Nele, o condutor pode contar com recursos como o Controle de Cruzeiro Adaptativo (ACC), ou piloto automático, e usá-lo como auxílio na direção, ainda muito dependente do ser humano, é um facilitador, mas sem oferecer autonomia.

Nível 2 (Automação parcial – Semi)

Permite que o veículo controle o volante e os pedais sozinho, logo o carro pode trafegar sem interferência humana por poucos quilômetros. Ainda assim, o motorista precisa ficar atento para agir em situações de risco. 

Esse nível é encontrado em carros da Tesla (Autopilot), bem como no Volvo XC60, veículos muito distantes da realidade da maioria dos brasileiros, considerados de luxo.

Como funciona a direção autônoma (Imagem: Tesla/Divulgação)
Tesla, Volvo e Aston Martin já possuem nível 2 (Imagem: Tesla/Divulgação)

Nível 3 (Automação condicional)

Uma extensão do nível 2. Neste nível, o carro consegue fazer detecção por sensores e tomar decisões automaticamente. Mas o condutor deve estar pronto para intervir no caso de o veículo não conseguir executar certos comandos ou movimentos. 

De acordo com o Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi Brasil), projetos da Uber e do Google estão nesta fase. O deslocamento seria quase por uma espécie de “trilhos virtuais” com rotas completas.

Nível 4 (Alta automação de direção)

O veículo pode operar sozinho e tem capacidade para tomar decisões graças à Inteligência Artificial, mas também pode solicitar a sua ajuda em alguns momentos. A partir deste nível, o motorista pode dormir, mexer no celular ou ler um livro, enquanto a máquina trabalha 100% sem depender do ser humano. 

Mas há barreiras: o carro nesta etapa pode ter dificuldade para trabalhar em condições climáticas adversas, não se adaptando aos possíveis problemas de condição de pista, óleo e resíduos também entram nessa conta.

Nível 5 (Automação plena)

Ainda funciona como objetivo a ser alcançado, o ápice. Poderão atuar sem interferência humana em ruas, avenidas e rodovias, além de tomar decisões e corrigir possíveis falhas. Nesta etapa, o veículo não precisa de volante e pedais, e o motorista, ou melhor, o passageiro, pode fazer outras atividades dentro do carro. Fim da “barbeiragem” e fugas criminosas com veículos.

É assim que funciona a direção autônoma e seus níveis, se quiser uma versão ampliada e bem ilustrada da reportagem, veja o especial feito pelo Darlan Helder, assista o vídeo abaixo.

Com informação: JDPower, UCS, Tesla.

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Leandro Kovacs

Leandro Kovacs

Ex-autor

Leandro Kovacs é jornalista e radialista. Trabalhou com edição audiovisual e foi gestor de programação em emissoras como TV Brasil e RPC, afiliada da Rede Globo no Paraná. Atuou como redator no Tecnoblog entre 2020 e 2022, escrevendo artigos explicativos sobre softwares, cibersegurança e jogos.