Uma olhada de perto no Galaxy Note 8

Sétima geração do Galaxy Note copia a fórmula de sucesso do Galaxy S8 e traz câmera dupla e hardware mais poderoso

Paulo Higa
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• Atualizado há 1 mês

Direto de Nova York — Com a missão de enterrar de vez o fantasma do Galaxy Note 7, a Samsung apresentou a sétima geração do smartphone topo de linha com caneta. O Galaxy Note 8 segue a fórmula de sucesso do Galaxy S8, com frente dominada pela tela e design sofisticado, mas tem refinamentos importantes no hardware, software e câmera.

Será que o Galaxy Note 8 é a redenção definitiva da Samsung? Eu fui conferir o aparelho de perto e conto minhas primeiras impressões nos próximos minutos.

Em vídeo

Mesmas qualidades (e defeitos) do Galaxy S8

Visualmente, o Galaxy Note 8 é muito parecido com o Galaxy S8, mas é mais quadradão, como de costume na linha Note. Continuamos com traseira de vidro, bordas de alumínio, certificação IP68 para resistência contra água e poeira, molduras mínimas em volta do display e… um leitor de impressões digitais na traseira, do lado da câmera dupla.

É uma posição bem ruim, como praticamente todo mundo percebeu no outro topo de linha da Samsung. É difícil alcançar o sensor de impressões digitais ali e, particularmente, tenho evitado botar meu indicador para desbloquear o Galaxy S8. Em vez disso, parto direto para o leitor de íris, que tem funcionado bem — mas é certamente menos prático que um sensor biométrico no lugar certo.

Pelo lado positivo, dá para citar o bom aproveitamento de espaço: 83% da parte frontal é dominada pelo painel Super AMOLED de 6,3 polegadas com resolução de 2960×1440 pixels (proporção 18,5:9), que mostra cores saturadas, mas sem exageros, um excelente contraste e um brilho convincente.

Um Galaxy S9 Beta?

Eu já falei em outra ocasião que o Galaxy Note é, para mim, uma espécie de beta do Galaxy S: a Samsung sempre testa novos recursos de software e componentes de hardware na linha e, se eles estiverem realmente bons, são portados para os outros smartphones da marca em algum momento futuro.

No Galaxy Note 8, as novidades no software ficam principalmente por conta da S Pen. Agora você pode não apenas fazer uma anotação com o aparelho em standby, como também fixar um manuscrito no Always On Display. Além disso, é possível fazer traduções de frases inteiras, converter moedas ou criar GIFs animados por meio de manuscritos.

A Samsung também aprimorou a execução de dois apps em tela dividida — um recurso que existe desde quase sempre na linha Galaxy e que demorou para chegar ao Android puro. É possível abrir dois aplicativos simultaneamente por meio de um atalho que você criou, o que pode ser útil no carro, para abrir o aplicativo de mapas e o player de música ao mesmo tempo, por exemplo.

E, claro, o suporte ao DeX, para conectar o smartphone a um monitor, teclado e mouse, continua. No Galaxy S8, eu disse que o recurso “falha em oferecer uma experiência sólida, apresentando um multitarefa restrito e aplicativos limitados. Ele ainda não está pronto para substituir um PC comum”; veremos se a Samsung conseguiu melhorar a experiência seis meses depois.

Dois olhos enxergam melhor que um

Mas o maior destaque é a câmera. Na frente, nada muito novo: continuamos com um sensor de 8 megapixels e lente de abertura f/1,7. Na traseira, a Samsung apostou em uma combinação de dois sensores de 12 megapixels, equipados com uma grande angular (f/1,7) e uma telefoto (f/2,4), que permite zoom óptico de 2x. É o primeiro com estabilização óptica de imagem tanto na wide quanto na tele, segundo a Samsung.

Esse arranjo permite alguns truques de software novos. É possível controlar a profundidade de campo mesmo depois de tirar a foto, deixando o fundo menos ou mais desfocado. Além disso, com a função Dual Capture, o Galaxy Note 8 tira duas fotos ao mesmo tempo (uma com zoom e outra sem).

Ainda não tenho como falar da qualidade das fotos, mas, se a Samsung seguir o caminho do Galaxy S8, podemos esperar bons resultados aqui.

Hardware turbinado e versão com dois chips (yay!)

O hardware do Galaxy Note 8 segue o caminho dos topos de linha com Android. No Brasil, ele será vendido com processador octa-core Exynos 8895 (o mesmo do Galaxy S8) e 6 GB de RAM. Globalmente, há versões com 64, 128 ou 256 GB de armazenamento interno com direito a uma entrada para microSD; a empresa ainda não confirmou em quais capacidades o aparelho será comercializado no país.

Um detalhe bacana é que a versão brasileira do Galaxy Note 8 (que será produzida no Brasil, como de costume), terá suporte a dois chips de operadora, como já acontece no Galaxy S8. Isso pode ser útil especialmente na hora de viajar, e economiza fortunas com roaming internacional, como expliquei no review do outro flagship da Samsung.

A redenção?

A Samsung já sofreu uma pressão no Galaxy S8 e sabe que nada pode dar errado agora. O Galaxy Note 7 foi uma das minhas maiores decepções como aficionado por tecnologia: ele tinha uma falha grave de projeto, causando incêndios e explosões; mas se não tivesse, seria provavelmente o melhor smartphone disponível no mercado em 2016.

O Galaxy Note 8 parece seguir pelo mesmo caminho, refinando o Galaxy S8, que é um dos melhores smartphones de 2017: as novidades da S Pen atendem bem a um nicho, as câmeras duplas criam boas expectativas e o restante nada mais é do que um ajuste aqui e acolá na fórmula de sucesso do Galaxy S8. Se a parte negativa do Galaxy Note 7 não se manifestar nesta geração, haverá um smartphone excelente aqui.

Ainda não há previsão de lançamento ou preço do Galaxy Note 8 no Brasil. O review completo será publicado em breve. O que vocês querem saber sobre ele?

Paulo Higa viajou para Nova York a convite da Samsung.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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