Uma olhada de perto no iPhone XS, XS Max e XR

iPhone XS e XS Max têm hardware mais potente com mesmo design do ano passado; iPhone XR chega com preço menos inacessível

Paulo Higa
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• Atualizado há 3 semanas

Direto de Cupertino — 2018 é ano de mudanças incrementais nos iPhones. Depois de apresentar o iPhone X, com design totalmente renovado e o polêmico notch, a Apple anunciou três smartphones atualizados: o iPhone XS, com câmera aprimorada e o processador A12 Bionic; o iPhone XS Max, para quem prefere tela maior; e o iPhone XR, que leva o visual dos topos de linha para uma faixa de preço menor.

O que eles têm de novo? Eu fui conhecer os novos iPhones de perto e conto todos os detalhes nos próximos parágrafos.

Em vídeo

iPhone XS e iPhone XS Max

Você já sabe o que esperar de um iPhone “S”: por fora, ele é praticamente igual ao antecessor; por dentro, existem mudanças bem importantes. Tanto o iPhone XS quanto o iPhone XS Max têm corpo de vidro, moldura de aço inoxidável e uma parte frontal que dispensa o botão físico, em troca de um entalhe na tela para abrigar os sensores do Face ID, que reconhece o seu rosto.

O iPhone XS continua com tela OLED de 5,8 polegadas, enquanto o iPhone XS Max traz um painel de 6,5 polegadas. Apesar do número grande, o iPhone XS Max não é um celular enorme: ele tem o mesmo tamanho do iPhone 8 Plus, que é equipado com uma tela bem menor (5,5 polegadas). Ambas as telas continuam com um brilho forte, suporte a HDR (tanto no padrão Dolby Vision quanto HDR10) e cores saturadas, sem exageros.

iPhone 8 Plus e iPhone XS Max
iPhone 8 Plus e iPhone XS Max

Eu gostei do fato de que a Apple não diferenciou os dois modelos: a tela do iPhone XS Max é maior, mas ele não tem uma câmera superior, um hardware mais poderoso ou uma bateria muito mais longa. Nas gerações anteriores, tinha gente que acabava sendo “empurrada” para o modelo maior, mesmo preferindo um aparelho mais compacto, como era o meu caso.

Os dois aparelhos chegam com o processador A12 Bionic, o primeiro chip de 7 nanômetros disponível no mercado, que promete até 15% mais desempenho em CPU e até 50% mais performance gráfica em comparação com o A11. Se a gente considerar que a principal fornecedora no Android, a Qualcomm, ainda não lançou um processador capaz de bater o A11, dá para dizer que os novos iPhones certamente têm mais poder de fogo do que você precisa.

Como o processador também é mais econômico, a Apple promete um pouco mais de bateria: o iPhone XS pode durar 30 minutos a mais que o iPhone X, enquanto o iPhone XS Max pode ficar longe da tomada por 90 minutos a mais. Não dá para dizer que o iPhone X é uma referência em autonomia, mas já é alguma coisa.

Além do desempenho, outra novidade está nas câmeras. O esquema é parecido com o que a Samsung fez no Galaxy Note 9: os números dos sensores e das lentes continuam os mesmos, mas existem melhorias no software. A Apple refinou o efeito bokeh e adicionou um “controle de profundidade”, que ajusta a intensidade do desfoque do fundo, simulando diferentes aberturas de lentes.

O HDR também mudou. Basicamente, o HDR tira fotos em sequência com exposições diferentes para ampliar o alcance dinâmico, mantendo os detalhes tanto nas áreas de sombra quanto nos pontos de iluminação. Com o HDR inteligente, a Apple promete manter um bom alcance dinâmico inclusive em condições mais desafiadores, como nas fotos em movimento.

O problema de tudo isso é que os valores continuam bem altos: o iPhone XS tem preço sugerido de US$ 999, enquanto o iPhone XS Max não chega por menos de US$ 1.099 nos Estados Unidos — lembrando que a versão americana não tem suporte a uma das bandas de 4G utilizadas no Brasil, então não é a melhor opção para trazer de fora. Quem quiser a versão de 512 GB pode pagar até US$ 1.449 no exterior.

Como o dólar está ainda mais caro que em 2017, não espere nenhuma pechincha quando eles chegarem ao Brasil. Será que um smartphone vai passar dos R$ 10 mil pela primeira vez?

iPhone XR

Quem não quiser gastar tanto dinheiro com um celular pode gastar um pouco menos com o iPhone XR, que custa US$ 749. Ele me lembra da época em que a Apple apresentou o iPhone 5c, trazendo várias características dos modelos mais caros, só que com um preço menor e um visual todo colorido, com versões preta, branca, azul, coral, amarela e vermelha.

E onde a Apple economizou? Primeiro, na tela: em vez de um painel OLED, temos um LCD de 6,1 polegadas com resolução menor (1792×828 pixels) e sem suporte à sensibilidade de pressão. Ou seja, nada de 3D Touch no iPhone XR.

Além disso, a câmera traseira tem apenas uma lente. As especificações (e provavelmente a qualidade de imagem) são as mesmas da câmera do iPhone XS, mas não é possível dar zoom óptico, nem fazer o efeito de desfoque de fundo por hardware. Em vez disso, a Apple criou um algoritmo que utiliza redes neurais para simular o modo retrato por software (como no Google Pixel), inclusive com o controle de profundidade.

O processador é o mesmo A12 Bionic que equipa os modelos mais caros, mas a Apple diminuiu a RAM de 4 GB para 3 GB. Ele também chega “só” a 256 GB de capacidade de armazenamento, em vez de 512 GB.

Quando chega?

O iPhone XS e o XS Max são os primeiros a serem lançados: nos Estados Unidos, ele começa a ser entregue aos compradores no dia 21 de setembro. A data no mercado brasileiro ainda não foi divulgada, mas a Apple tradicionalmente marca seus lançamentos para o final de outubro ou início de novembro.

Quem optar pelo iPhone XR precisa esperar mais: nos Estados Unidos, ele só desembarca no dia 26 de outubro. Com o atraso padrão, talvez não o vejamos em solo nacional neste ano.

Paulo Higa viajou para Cupertino, Estados Unidos, a convite da Apple.

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Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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