Review LG K62+: visual atualizado, desempenho defasado
Lançado por R$ 2.100, LG K62+ é um intermediário com processador antigo e tela fraca
Lançado por R$ 2.100, LG K62+ é um intermediário com processador antigo e tela fraca
A divisão de smartphones da LG não vem obtendo bons lucros, mas a empresa segue firme e forte lançando celulares em muitos mercados. No Brasil, a fabricante coreana já colocou vários intermediários nas lojas neste ano de 2020 e o LG K62+ é um deles. Ele chega com tudo aquilo que já estamos acostumados: tela grande, muita bateria e múltiplas câmeras com números elevados.
A marca acertou em cheio no visual e logo me fez pensar que o objetivo aqui é concorrer fortemente com os modelos intermediários da conterrânea Samsung. Ok, o time de design deu uma animada. E a equipe de desempenho e atuação? Será que vale migrar para o LG K62+? Eu conto tudo neste review.
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Nenhuma empresa, fabricante ou loja pagou ao Tecnoblog para produzir este conteúdo. Nossos reviews não são revisados nem aprovados por agentes externos. O K62+ foi fornecido pela LG por empréstimo. O produto será devolvido à empresa após os testes.
O K62+ é uma versão melhorada do K62. Eles são idênticos no visual, mas o irmão mais potente ganhou uma moldura brilhante que lembra metal (no estilo do LG Velvet), enquanto as laterais do K62 comum acompanham a cor principal do dispositivo. É bom lembrar, no entanto, que este aparelho é todo em plástico, nada de metal ou vidro.
A LG não quis economizar no design — e isso é muito bom! O módulo das câmeras está bem posicionado e traz um acabamento prateado, e a traseira fosca que não acumula digitais está disponível em dois tons: branco e azul-bebê.
Uma capinha transparente acompanha o produto e me chamou a atenção a firmeza do acessório que ainda protege bem as laterais do telefone. E, claro, a resistência militar está presente, porém isso não significa que o celular é inquebrável. Mas é um bom reforço na segurança.
Uma mudança bem-vinda é o leitor de impressões digitais que agora fica na lateral esquerda do smartphone e não na traseira como no K61.
Se você tem dois números, a gaveta dele aceita dois chips e um cartão de memória de até 2 TB. Já a entrada padrão para fones de ouvido foi mantida e está ao lado da entrada USB-C na parte inferior do dispositivo.
Aparelhos mais em conta ou com o mesmo preço do K62+ contam com um painel melhor. É o caso do Galaxy A31 e do Galaxy M21s, equipados com Super AMOLED. O que eu quero dizer é que pelo menos nesta versão “mais potente” a LG poderia entregar uma tela mais avançada para concorrer melhor com esses aparelhos da Samsung, além de ser um grande diferencial em relação ao K62 e ao K52.
No entanto, temos aqui uma tela LCD de 6,6 polegadas, resolução HD+ (1600 x 720 pixels), proporção 20:9 com um furo para a câmera de selfie de 28 megapixels. Em suma, o display é meio escurecido, com baixa saturação, mas você pode ter uma visualização mais favorável ao aumentar um pouco o brilho.
Eu passei algumas horas consumindo vídeos no K62+ e a tela grande proporciona uma boa experiência e o mesmo acontece com jogos. É claro que as bordas estão por aqui, mas acredito que elas não prejudicam tanto a usabilidade por serem finas e o queixo não é tão proeminente.
Eu achei o alto-falante baixo, por isso recomendo usar o fone de ouvido e também é legal ativar o modo “Som 3D LG” que, como o próprio nome sugere, cria uma sensação de estar imerso no filme ou na série, além de ser interessante durante a jogatina.
Ele roda Android 10. Para quem já conhece os celulares recentes da LG não estranhará a interface do K62+ que é bem organizada e eu consigo encontrar tudo o que preciso com facilidade. A minha observação, outra vez, vai para a barra de acesso rápido que poderia ser totalmente escura para facilitar a visualização.
O aparelho já vem com muitos aplicativos pré-instalados, inclusive alguns da LG estão aqui e podem ser úteis para aqueles consumidores envolvidos no ecossistema da marca com televisores, geladeiras e outros produtos. Caso queira, é possível desinstalar todos eles.
Na lateral esquerda do dispositivo está o clássico botão do Google Assistente, que facilita o acesso rápido ao assistente virtual da gigante das buscas. Só é uma pena não conseguir configurá-lo para outras funções. Quem sabe na próxima, né?
Por padrão, ele não vem com a gaveta de aplicativos, ainda assim consegui ativar a exibição dela através do menu “Ajustes de Tela Inicial” quando você pressiona a tela por alguns segundos. Ali ainda podem ser configurados os widgets e papel de parede.
O LG K62+ é um celular legal para consumidores básicos que são um pouco mais exigentes no quesito câmera. A LG introduziu aqui quatro lentes: principal, chamada de “câmera inteligente”, tem 48 megapixels; a grande angular tem 5 megapixels; a macro e o sensor de profundidade têm 2 megapixels. Elas estão acompanhadas de um flash duplo, outro diferencial neste modelo.
Eu passei um fim de semana avaliando essas câmeras e gostei bastante dos resultados obtidos, com exceção da macro. A principal tem uma definição muito boa, com cores vivas puxando para o natural, o que é ótimo. Ela também usa Inteligência Artificial para ajudar o usuário a ter fotografias melhores, para isso basta mudar a configuração para “AI CAM”, no app de câmera.
A ultrawide produz fotos legais, mas a definição é ligeiramente prejudicada com ruídos sobressaindo em toda a imagem; a granulação fica ainda mais evidente em tons escuros. O sensor de profundidade trabalha com a câmera principal e tem um desfoque que considero exagerado evidenciando o artificial. Por fim, não dá para esperar uma qualidade incrível com a macro de 2 megapixels do K62+: as cores são fracas e a nitidez sai muito prejudicada.
Ele conta com a tecnologia Quad Cell, para ajudar em fotografias noturnas, que aumenta o brilho, prioriza os destaques e controla os ruídos. Eu gostei da solução e, na prática, a qualidade das imagens é satisfatória, mas observe como as luzes ficam estouradas em vários pontos da fotografia.
Já a câmera de selfie de 28 megapixels faz um bom trabalho. A saturação é controlada, o nível de detalhamento é satisfatório, porém novamente senti que o pós-processamento não atua bem com o desfoque e apresenta erros consideráveis.
Não houve aperfeiçoamento no hardware. O LG K62+, que é considerado “mais poderoso”, deveria chegar ao mercado com outro processador, como o Snapdragon 662, 665 ou um chip mais avançado da Mediatek. O intermediário opera com o Helio P35 de oito núcleos rodando a até 2,3 GHz aliado a 4 GB de RAM e GPU PowerVR GE8320. O armazenamento interno disponível é de 128 GB.
Acredito que você não vai ficar surpreso com a atuação dele, certo? O K62+ é, de fato, um celular para tarefas básicas, pois qualquer outra atividade mais intensa pode fazer o dispositivo perder fôlego fácil. Fiz alguns testes e ele roda bem Facebook, Instagram e o YouTube, mas algumas travadinhas podem surgir — nada que comprometa a usabilidade no geral.
Você poderá notar uma dificuldade na alternância entre os aplicativos. Fechamento inesperado só ocorreu uma vez na Play Store enquanto eu instalava Asphalt 9. E, por falar no título, esse jogo até que roda sem muitas dores de cabeça desde que as configurações gráficas estejam no padrão. Por outro lado, os games mais simples trabalham muito bem no K62+.
Não tem como não dizer que a LG falhou na escolha do processador e muito provavelmente o smartphone pode piorar no futuro. Ao menos você encontrará outros aparelhos intermediários que conseguem entregar um desempenho muito melhor cobrando menos.
A bateria de 4.000 mAh é um ponto forte e isso também significa que K62+ não deve deixar você na mão. É possível ter carga para até dois dias, mas tudo vai depender do seu uso com brilho de tela, consumo de jogos e outras mídias.
Em um dia, consumi duas horas de Netflix, uma hora de YouTube, 20 minutos de redes sociais e finalizei com 10 minutos de Asphalt 9. Comecei com 100% e encerrei o uso com 61%. Nada mal, não é? Na caixa, a LG envia uma fonte de 10 watts que faz a bateria sair do zero e chega aos 100% em 2h10min, um tempo ok.
O preço nada convidativo, o desempenho inferior e a tela não OLED me impedem de indicar o K62+, ainda mais quando paramos para analisar a concorrência que entrega tudo isso por um valor aceitável. Portanto, esse aparelho é mais indicado para consumidores fiéis da LG e que encontraram o K62+ em uma boa promoção. É bom ressaltar, ainda, que este é um modelo que tende a desvalorizar rapidamente, assim como acontece com outros produtos da marca.
Tanto é que ele já aparece no varejo online por cerca de R$ 1.400, isto é, quase o mesmo preço do K61, que eu também poderia indicar aqui no lugar do K62+, já que ambos compartilham muitos recursos, bem como desempenho. No entanto, este aparelho se sobressai por trazer Android 10, enquanto o K61 estacionou no Android 9 Pie.
Opções melhores por menos de R$ 2 mil não faltam. O Nokia 5.3, por exemplo, oferece uma atuação superior e conta com um painel melhor. O mesmo vale para o Samsung Galaxy A31, Galaxy A51 e o Motorola One Fusion, três ótimos intermediários superiores que deixam o K62+ para trás.