Review LG K62: carroceria charmosa, mas sem diferenciais
LG K62 tem tela de 6,6 polegadas, Android 10 e muita bateria, mas o aparelho ainda fica próximo dos outros modelos da empresa
LG K62 tem tela de 6,6 polegadas, Android 10 e muita bateria, mas o aparelho ainda fica próximo dos outros modelos da empresa
Corpo refinado, conjunto fotográfico mais atraente, tela esticada e hardware que não anima muito. Essa é a receita do LG K62, smartphone de gama média que chegou às lojas em outubro de 2020 ao lado do LG K52 e K62+. O aparelho tem como destaque câmera quádrupla, bateria de 4.000 mAh e botão dedicado do Google Assistente.
Mas será que vale a pena apostar no modelo intermediário? Eu testei o K62 e respondo essa e outras perguntas neste review.
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Nenhuma empresa, fabricante ou loja pagou ao Tecnoblog para produzir este conteúdo. Nossos reviews não são revisados nem aprovados por agentes externos. O K62 foi fornecido pela LG por empréstimo. O produto será devolvido à empresa após os testes.
O K62 é um K62+ só que com armazenamento interno reduzido e câmera frontal com menos pixels. A cor é outro diferencial: nada de branco ou preto, este modelo está disponível em opções mais ousadas, como azul e vermelho.
A primeira cor é a minha favorita e caiu muito bem neste dispositivo. Ainda mais porque a LG levou o tom azulado para as bordas, que deu um acabamento ainda mais interessante. Embora pareça metal, essas laterais são em plástico e, para proteger todo esse trabalho, a LG adicionou uma capinha na caixa.
A empresa ainda acertou por adicionar o leitor de impressões digitais incorporado ao botão de liga/desliga, assim a traseira fica mais clean. Isso ainda me lembra que a própria LG reconheceu a palavra “cooktop”, durante o lançamento do aparelho, para falar do módulo das câmeras, que é muito bonito, aliás.
No mais, temos uma entrada para fone de ouvido na parte inferior junto do alto-falante, enquanto na lateral esquerda encontram-se o botão dedicado do Google Assistente e a gaveta do chip e cartão de memória.
O K62 ganhou uma tela TFT LCD de 6,6 polegadas com resolução HD+ (1600 x 720 pixels) e proporção 20:9, bem esticada e com menos bordas em relação ao K61. A posição da câmera de selfie também mudou e passou a ficar no centro, sem o notch, lembrando bastante o Galaxy A51.
Com relação à qualidade, o K62 seguiu os irmãos e entrega um display meio escurecido e a visualização fica prejudicada mesmo em ambientes fechados. Ao menos o brilho automático é preciso e pode ser útil para você não ficar ajustando a intensidade a todo momento.
A LG poderia lançar este aparelho com tela OLED e entregar resolução Full HD+, pelo menos. Apesar disso, a configuração adotada pela marca deve atender perfeitamente consumidores menos exigentes.
O som não é tão alto, mas a situação melhora ao usar o fone de ouvido. Você ainda pode ativar o Som 3D LG na barra de acesso rápido, que ajusta o áudio de acordo com o conteúdo, portanto pode ser um recurso interessante para quem joga, assiste filmes ou séries frequentemente no celular.
Ele vem de fábrica com o Android 10 e a empresa, como sabemos, não informa se o dispositivo está pronto e se pode receber o Android 11 no futuro. Conhecendo a LG, o update até pode acontecer nos próximos anos se os testes forem bem-sucedidos. Mas é bom você já ficar ciente desse entrave na política da sul-coreana.
Apesar de ter um monte de aplicativos pré-instalados sem necessidade, a interface da LG não é ruim. O usuário tem a possibilidade de configurar e personalizá-la como quiser; o app de ajustes é enxuto e fácil de navegar; e o botão do Google Assistente é um diferencial, mas seria ainda melhor se eu pudesse configurá-lo para outras funções.
A gaveta de aplicativos desativada ainda me causa estranheza nos aparelhos da marca, já que boa parte dos Android vem com essa área ativada por padrão. Se você também sentir falta, basta ir em configurações e autorizar a exibição.
Câmera é outro destaque do K62, tanto que a sul-coreana reservou um espaço enorme em seu site para exaltar a atuação do conjunto. Mas será que agrada? Antes, vamos conhecer cada uma: a câmera principal tem 48 megapixels, a ultrawide tem 5 megapixels, temos ainda a macro de apenas 2 megapixels e fecha com um sensor de profundidade também de 2 megapixels, ideal para o modo retrato que trabalha para desfocar o fundo.
Comecemos pela principal que, para a categoria, até faz um bom trabalho. A nitidez é boa, as cores são fortes e o aparelho se esforça para tentar manter a exposição equilibrada. Aberrações cromáticas podem surgir em um ponto ou outro da imagem, mas não achei o fim do mundo como no Nokia 5.3 com a sua deficiência em trabalhar em ambientes com árvores. O sensor de profundidade, por sua vez, exige um pouco de paciência para conseguir focar, mas, no geral, a entrega é satisfatória.
Fotografar com a ultrawide me deixou com a sensação de estar avaliando a câmera principal de um celular de entrada, porque a qualidade é semelhante. As imagens ficam sem definição e os ruídos ainda mais visíveis nas bordas.
Para registros noturnos, a fabricante destaca a tecnologia pixel binning que combina quatro pixels para formar uma imagem de 12 megapixels com mais brilho. Na prática, o dispositivo até produz uma boa foto dependendo do cenário, mas a granulação aparece quando há muitos desafios, especialmente de iluminação.
Já a macro tem miopia e vai entregar uma imagem reduzida e sem definição. Seria mais interessante oferecer ao menos 5 megapixels de resolução, como faz a Samsung em alguns intermediários.
Partindo para a câmera frontal, eu gostei do resultado, principalmente por prezar pelo natural. Entretanto, é bom ressaltar que essa qualidade só é obtida em cenários com boas condições de iluminação. Se for ao contrário, você pode esperar por selfies sem nitidez e com pontos de luz escuros.
Chegamos em hardware e outra vez eu tenho que puxar a orelha da LG por entregar ao consumidor um celular de 2020 com processador de 2018. Seria muito interessante ter o K62 com um Snapdragon 662, por exemplo, mas temos aqui um Helio P35, chip octa-core de 2,3 GHz e 4 GB de RAM. Aplicativos populares do cotidiano rodam bem, mas senti que o Instagram estava meio travado e sem fluidez na minha unidade de teste. Já os apps do Twitter e Facebook apresentaram uma performance melhor.
Asphalt 9 com os gráficos no máximo até roda, mas com todas as limitações que você já deve imaginar, por isso não esqueça de deixar no padrão. Já o clássico Subway Surf, como era de se esperar, é executado muito bem sem qualquer dificuldade.
Para armazenar seus dados, o LG K62 vem com 64 GB de memória interna, poderia ser 128 GB, mas essa capacidade ficou exclusivamente para o K62+. Pelo menos é viável colocar um microSD de até 2 TB.
Assim como outros intermediários da LG, o K62 tem uma bateria de 4.000 mAh. Com o brilho no máximo, passei duas horas na Netflix, uma hora de YouTube, 10 minutos tirando fotos e encerrei com 15 minutos de Asphalt 9. A bateria foi de 100% e caiu para 61%, excelente resultado e mostra que o K62 deve atender muitos usuários que precisam do aparelho com carga para o dia inteiro.
Sobre a alimentação, com apenas 2% de bateria, o carregador de 10 watts fez o aparelho chegar em 80% depois de 1h24min e mais 39 minutos para completar a carga, um bom resultado.
O LG K62 foi lançado por R$ 1.799, um número que, claramente, prejudica ainda mais a empresa, tendo em vista que o Galaxy M21s, por exemplo, entrega tela AMOLED, um processador melhor e é vendido por R$ 1.699 no site oficial. Podemos fazer outra comparação com o Redmi Note 9 que também se sobressai pela bateria e dispõe de mais memória interna, como opcional, e está à venda por cerca de R$ 1.400 no varejo.
A “boa notícia” é que hoje, em 2021, o K62 já desvalorizou e é encontrado por até R$ 1.300. O intermediário tem um conjunto fotográfico ok, uma autonomia excelente e um belo design, mas ainda fica difícil indicar um produto com um desempenho questionável e sem um cronograma de atualizações.
Além disso, faltou um grande diferencial para ele ficar mais distante dos irmãos. A Samsung consegue fazer isso muito bem e seria legal ver a LG entrando nesse ringue para conquistar outros públicos com tela OLED, super bateria e, sobretudo, mais desempenho.
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