Review Avell G1575 RTX: notebook com GPU potente e SSD sem custar um rim

Este é um dos primeiros notebooks do mercado brasileiro com uma RTX 2070, mas ele ainda tem uma USB 2.0!

André Fogaça
• Atualizado há 4 meses

Este é o notebook Avell G1575 RTX, que como bem diz o nome, vem com uma placa gráfica da linha RTX da Nvidia.

Ele é montado por uma empresa brasileira e é um dos primeiros do nosso mercado com uma RTX 2070, que tem 8 GB de memória só para ela, 16 GB de RAM, teclado mecânico que faz todo o arco íris que um gamer precisa, tela de 144 Hz, um Intel Core i7 de oitava geração e que roda seis núcleos. Ele é um notebook gamer que utiliza uma GPU bastante recente e que até oferece reflexos em tempo real, gerados por hardware.

O modelo que recebemos para testes ainda acompanha um SSD de 250 GB da Samsung e HD de 1 TB e que é fabricado pela Seagate. Como qualquer computador portátil com uma GPU bastante recente, ele é caro. São mais de R$ 10 mil em um único PC e que pode ser seu companheiro em jogos por alguns anos. Será que ele é tudo isso? Será que vale gastar tantos dinheiros assim, de uma vez só? Me acompanha nos próximos parágrafos que eu te conto.

Em vídeo

Design e acabamento

Notebooks focados em um público gamer não prezam por um design limpo, minimalista e que não chama atenção. Tudo isso está presente neste modelo da Avell, que tem peso de pouco mais do que dois quilos, é espaçoso e conta com acabamento todo feito em plástico – liso nas partes de cor cinza e mais áspero nas partes pretas.

O teclado é mecânico, mas com menor espaço de viagem das teclas quando comparado com um teclado mecânico externo. Dá para o gasto, funciona para quem prefere isso (o que não é meu caso) e pode ser a garantia de bom jogo até mesmo para quem utiliza só um mouse em uma porta USB. Não que o touchpad seja pequeno, ele é bastante confortável e em tamanho generoso, só que jogar não é coisa pra touchpad, né?

Em conexões eu acabei sentindo falta de mais portas USB. Ele vem com uma USB 2.0 do lado esquerdo, o que é pouco ou nada aceitável em um computador tão caro. Do outro lado ficam mais duas USB, agora 3.1. Há outra que é uma USB-C, ela trafega dados na velocidade de USB 3.1 e não utiliza o padrão Thunderbolt 3 da Intel – ou seja, não é possível ligar uma placa gráfica externa, por exemplo.

Por outro lado, o modelo vem com duas (sim, DUAS) portas Mini DisplayPort, uma HDMI 2.0 e leitor de cartões SD, além do óbvio, que é entrada para cabo de rede, fone de ouvido e microfone (separados).

Algumas das conexões estão na traseira e são as que você menos troca, o que é bom, mas a USB-C está lá.

Por baixo existe uma grelha com mais entrada de ar para as duas ventoinhas que tiram o calor gerado por tanto poder de fogo. Elas são bem eficientes e barulhentas, mas pode jogar de fone de ouvido que o ruído não vai atrapalhar. A dica que dou é de deixar o computador em uma superfície lisa, para ajudar as entradas mais generosas de ar. Suas pernas vão agradecer.

A tampa pode ser aberta sem segurar a parte inferior e nela está a tela, que chama atenção.

Tela e multimídia

Chama atenção não pela resolução, que é Full HD e nem mesmo pelo tamanho de 15,6 polegadas, mas pela taxa de atualização de 144 Hz. As bordas são mais finas do que a maioria dos concorrentes e isso é muito bom. A reprodução de cores também é superior ao que eu tenho no meu Dell G7, por exemplo.

O tempo de resposta é de 5 ms e isso agrada até o gamer mais pc master race minion que existe – lembrando que estamos em um notebook, com tela integrada e que ainda assim oferece recursos gamer. Ponto positivo, já que a tela costuma ser um detalhe de economia nestes computadores.

Ela poderia ter resolução 4K, mas eu sinceramente acho mais vantajoso jogar em Full HD e ganhar fps extras, do que quadruplicar a resolução no mesmo tamanho de tela e perder estes fps. Se você ainda assim exige mais resolução, é só jogar em um monitor externo e que pode ser 4K – a GPU tem suporte pra isso.

No som a Avell economiza e não entrega nada com graves acentuados, nem com agudos presentes. Ele fica muito no médio e é plausível, já que muito provavelmente você vai jogar de fone de ouvido ou será atacado pelo barulho das ventoinhas. Ele está lá e funciona abaixo do esperado. É isso.

Desempenho e bateria

Um notebook gamer tem como objetivo ser bom para jogos, certo? Se ele roda bem jogos e tem SSD na configuração, é chover no molhado se eu falar aqui sobre o desempenho no Windows 10 que vem de fábrica. Tudo roda muito, mas muito rápido e o boot leva alguns segundos.

Ele utiliza um Intel Core i7 de oitava geração, na versão 8750H e que roda até 4,1 GHz com o Turbo Boost, mas geralmente fica nos 3,8 GHz na maior parte do tempo. São seis núcleos, 12 threads e 9 MB de cache. Dá e sobra para tudo do cotidiano, indo além até em tarefas mais pesadas. Isso roda junto de 16 GB de RAM DDR4 e que está em apenas um slot – dá para subir até 32 GB se você quiser.

O que importa de verdade neste computador é a GPU, ela é uma RTX 2070 de 8 GB GDDR6 e que roda tudo que você quiser no ultra e em Full HD, indo até 4K sem reclamar muito.

Como de costume nos últimos reviews que eu fiz de notebooks gamer, escolhi dois jogos de eSports e dois mais pesados. Eu acabei adicionando o recente Apex Legends na lista, que inclui Overwatch, Heroes of the Storm e Apex Legends no lado de eSports e Assassin’s Creed Odyssey, Far Cry 5 e Battlefield V do lado de jogos pesados – sendo o último deles um dos primeiros do mercado com ray tracing e reflexos para todo lado.

Ah, antes de começar, vale lembrar que eu coloquei a resolução Full HD em todos os games, já que é a nativa da tela desse notebook, ok?

O primeiro e mais leve é Heroes of the Storm, jogo estilo MOBA da Blizzard e que é utilizado em eSports (ok ok, não no nível de LoL, mas é). Ele rodou liso, com os pés nas costas e sem qualquer dificuldade. O game marcou algo entre 90 e 100 fps em todos os momentos, com configurações gráficas no máximo possível.

Depois dele eu testei Overwatch, também da Blizzard e mantive o objetivo de deixar as configurações no preset Épico, que é o máximo possível que o jogo libera. Mesmo mais pesado do que Heroes, Overwatch rodou melhor! Foram taxas entre 100 e 130 quadros por segundo, mesmo em lutas mais frenéticas.

Depois dele eu coloquei Apex Legends, que é mais pesado do que o anterior. Também com tudo no máximo possível, o jogo marcou mínimas de 85 e máximas de mais de 100 fps. Numa média de 90 até 100 fps durante toda a partida.

Passei pra Far Cry 5, bastante recente e bem mais pesado. Com tudo no máximo e as texturas em alta definição ativadas, ele marcou média de 68 fps, com máximas de 84 e mínimas de 56. Conforto de sobra para todo o jogo.

Passando pra Assassin’s Creed Odyssey, as coisas apertaram. Com o preset em Altíssima, o fps ficou entre 35 e 40. Jogável, mas abaixo do 60 fps master race. Baixei para o preset “Muito Alta” e a média subiu em dois fps. Passei para Alta e ganhei mais dois fps. Ou seja, se o desempenho não sobe tanto, é melhor deixar no Altíssima e curtir o visual belíssimo do game e que sempre marcou acima de 30 fps – o que é aceitável pra quem joga em console.

Battlefield 5 é o único jogo da lista que tem ray tracing e eu coloquei tudo no Ultra, inclusive com este preset nos reflexos feitos pela GPU. A média em uma partida com 64 jogadores foi de 35 e 45 fps, com o DLSS ligado. Desliguei o DLSS e pouca coisa mudou. Baixei a configuração do Ultra pra um passo abaixo e pouca coisa mudou, mas fiquei mais próximo de 60 fps.

Resolvi então baixar somente a qualidade dos reflexos de ray tracing e o ganho foi de 3 fps, mais ou menos. Não valeu a pena, mas deu mais fluidez.

Ele tem bateria de três células e que dá umas 6 ou 8 horas de uso comum, mas se você quiser jogar é melhor ligar na tomada até mesmo pela melhoria gráfica que isso garante. Vai por mim, notebook gamer tem bateria e você nem deve lembrar dela durante o jogo.

Conclusão

Se ele vale a pena ou não é uma decisão complicada. Sim, este Avell tem hardware de ponta e bastante atual, que vai garantir alguns anos de jogos em configurações altíssimas e rodando em Full HD com taxas próximas de 60 fps na imensa maioria do tempo. O mercado concorrente ainda não existe e este modelo abre a arena, então é complicado avaliar o custo-benefício.

Eu senti falta de mais portas USB e não entendi como que um notebook que custa R$ 11,5 mil ainda tem uma porta USB 2.0. Também fiquei descontente com a ausência de uma Thunderbolt 3 na porta USB-C, que daria a possibilidade de upgrade de placa gráfica com uma GPU externa no futuro – sai caro, mas funciona.

A tela de 144 Hz é uma das melhores que já vi em notebooks gamer e ela tem até um sistema que previne bem os reflexos.

O acabamento condiz com seu público, o teclado mecânico não me desagradou e o sistema de refrigeração me pareceu bastante eficiente. Tão eficiente que não vi quedas nas taxas de quadros por segundos com horas de jogos. O SSD salva o desempenho de todo o restante, afinal de contas este computador tem Windows e você utilizará o sistema operacional pra outras coisas…como assistir este review no YouTube que roda no seu navegador.

Vale? Olha, se você exige ray tracing nos seus jogos, vale e pode garantir jogos pesados rodando numa boa por alguns anos. Se você aceita um mundo sem estes recursos, acredito que vale mais investir em um notebook da própria Avell com uma GTX 1070, que custa quase R$ 1,6 mil a menos do que este modelo e ainda dá um gás em muito, mas muito jogo recente e pesado.

Especificações técnicas

  • Placa de vídeo: GeForce RTX 2070 com 8 GB GDDR6;
  • Processador: hexa-core Intel Core i7-8750H;
  • Armazenamento: SSD de 250 GB + HD de 1 TB;
  • Conectividade: 802.11ac, Bluetooth 4.2, 1x HDMI, 2x Mini DisplayPort, 1 USB-C 3.1, 2x USB 3.1, 1x USB 2.0, fones de ouvido, microfone, cartão SD, rede RJ45;
  • Memória RAM: 16 GB de DDR4 (expansível);
  • Peso aproximado: 2 kg;
  • Teclado: mecânico, ABNT2 e retroiluminado;
  • Tela: LED LCD de 15,6 polegadas de 144 Hz;
  • Resolução: 1920×1080 pixels;
  • Sistema operacional: Windows 10 Home Single Language (64-bits);
  • Webcam: resolução de 720p.

Review Avell G1575 RTX

Prós

  • GPU é potente e vai durar bastante
  • Tela de 144 Hz tem ótimos resultados
  • Sistema de refrigeração é eficiente
  • Teclado mecânico RGB
  • Vem com SSD em todas as configurações

Contras

  • Como assim USB 2.0 em notebook tão caro?
  • USB-C não é Thunderbolt 3
Nota Final 9.2
Bateria
8
Desempenho
10
Design
8
Software
10
Teclado
9
Tela
10

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Escrito por

André Fogaça

André Fogaça

Ex-autor

André Fogaça é jornalista e escreve sobre tecnologia há mais de uma década. Cobriu grandes eventos nacionais e internacionais neste período, como CES, Computex, MWC e WWDC. Foi autor no Tecnoblog entre 2018 e 2021, e editor do Meio Bit, além de colecionar passagens por outros veículos especializados.