Intel promete chips de 10 nm em 2019 e resolver escassez de CPUs
Intel não tem conseguido dar conta da demanda por processadores, mas acredita que chips de 10 nanômetros vão ajudar
Intel não tem conseguido dar conta da demanda por processadores, mas acredita que chips de 10 nanômetros vão ajudar
A demanda por processadores de alto desempenho foi tão grande em 2018 que a Intel vem tendo dificuldades para dar conta da demanda. Mas a companhia promete normalizar a situação no segundo semestre deste ano. Parte da solução virá de uma categoria de produtos muito aguardada: os chips de 10 nanômetros.
Para dar uma noção das dimensões do problema, a Microsoft chegou a declarar, em janeiro, que as vendas de licenças do Windows estavam sendo afetadas por conta da demanda não atendida de processadores Intel. Em declaração recente, a companhia disse que esse cenário já não preocupa, porém.
Não que o problema tenha sido resolvido. A situação apenas foi amenizada nos últimos meses. A Intel se viu obrigada a investir cerca de US$ 1,5 bilhão na produção de chips de 14 nanômetros e isso ajudou a aliviar a pressão por mais processadores.
Mas a empresa admite que, provavelmente, só conseguirá fazer a oferta corresponder à demanda no quarto trimestre. Nos últimos meses, a companhia priorizou a produção de processadores de alto desempenho — como as linhas Xeon e Core i9 — e continuará fazendo isso durante mais algum tempo, por razões um tanto óbvias: esses são os produtos que mais dão retorno financeiro.
Não por acaso, os resultados financeiros da Intel para o primeiro trimestre (PDF) apontam para uma receita de US$ 16,1 bilhões, com lucro líquido de US$ 4 bilhões. Houve queda nas vendas de processadores para PCs, mesmo assim, essa divisão conseguiu contribuir com o faturamento justamente por conta dos chips de valor mais alto.
Os resultados não são ruins, mas apontam para um crescimento muito discreto em relação ao mesmo período do ano passado. Não surpreende: o efeito colateral de priorizar chips de alto desempenho é a diminuição da produção de unidades de baixo custo, como as linhas Atom e Celeron, que também têm bastante demanda.
Esse problema deverá perdurar até o terceiro trimestre, mas a Intel destacou que avanços em seu processo de fabricação de 10 nanômetros vão permitir que chips do tipo cheguem ao mercado ainda em 2019. A tão esperada disponibilidade de processadores de 10 nanômetros deverá reduzir a pressão por mais chips de 14 nanômetros, levando equilíbrio à relação entre oferta e demanda.
Note que a Intel não fala em descontinuar a produção de chips de 14 nanômetros. Isso não irá acontecer tão cedo, até porque a produção de processadores de 10 nanômetros seguirá uma estratégia progressiva.
A companhia informou que, no segundo semestre, irá fornecer ao mercado mais chips de 10 nanômetros do que o previsto inicialmente, mas todos serão unidades da linha Ice Lake-U, para laptops. Embora a Intel não tenha confirmado, rumores recentes indicam que processadores com essa tecnologia voltados a desktops e servidores não deverão chegar antes de 2021.
Com informações: PCWorld, Ars Technica.